Efeitos Colaterais da Maconha

Como a maconha afeta o cérebro? Quais os efeitos colaterais da maconha? É uma droga tão viciante quanto álcool e tabaco?

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As estatísticas

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a maconha é a droga psicoativa ilícita mais usada do mundo. São mais de 180 milhões de usuários, dos quais 13.1 milhões são consideradas dependentes da droga.

Quando o número de viciados em maconha é comparado ao índice de dependência causada por outras drogas, é um número pequeno.

Entretanto, os efeitos colaterais da maconha não podem ser ignorados, especialmente quando se trata de adolescentes e pessoas com distúrbios psicológicos.

Como identificar um usuário dependente?

De acordo com o Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) os usuários de drogas podem ser classificados em 4 tipos:

1. O usuário experimentador

É uma pessoa que experimenta a droga, geralmente, por curiosidade.

Esse usuário prova a droga uma ou mais vezes, mas perde o interesse em repetir a experiência.

2. O usuário ocasional

Faz uso da droga uma ou várias vezes, quando a mesma está disponível ou em um ambiente favorável.

Não sofre com distúrbios afetivos, sociais ou profissionais relacionados à droga.

3. O usuário habitual

Esse faz uso frequentemente, porém sem causar problemas em sua vida afetiva, social ou profissional. Não perde o controle.

4. O usuário dependente

O usuário dependente ou crônico utiliza a droga de maneira exagerada, causando prejuízos nos aspectos afetivos, sociais e profissionais da sua vida.

Não consegue parar quando quer.

Quais critérios utilizados para determinar a dependência de drogas?

O professor Alberto Dell’isola, no curso Como Tratar Vícios, cita 11 critérios importantes para determinar se uma pessoa está viciada em qualquer substância.

A identificação com 2 ou 3 itens, pode significar um vício leve. Mas, se a pessoa se identifica com 5 a 6 itens, provavelmente se tornou dependente da droga.

Conheça os critérios:

  1. Consumir quantidades maiores da substância ou por um tempo mais prolongado do que deveria;
  2. Querer reduzir ou interromper definitivamente o consumo, mas não conseguir;
  3. Passar muito tempo obtendo, usando ou se recuperando do uso da substância;
  4. Fissura e desejo incontrolável de usar a substância;
  5. Não conseguir fazer suas atividades normais no trabalho, em casa ou na escola devido ao uso da substância;
  6. Continuar usando mesmo quando isso causa problemas nos seus relacionamentos pessoais;
  7. Desistir de importantes atividades sociais, trabalho ou até mesmo recreativas devido ao uso da substância;
  8. Usar a substância continuamente, ainda que esteja colocando o usuário em perigo;
  9. Continuar usando mesmo quando possui problemas físicos ou psicológicos que podem ter sido causados ou até mesmo são agravados pelo uso da substância;
  10. Precisar consumir cada vez mais da substância para obter o efeito psicoativo desejado;
  11. Desenvolver sintomas de abstinência, que acabam sendo temporariamente aliviados quando o usuário consome ainda mais da substância.

Qual a chance de uma pessoa ficar viciada em maconha?

Segundo o Dr. Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Atenção a Dependentes Químicos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a grande maioria dos usuários de maconha não se torna dependente.

O número de pessoas que ficam viciadas quando experimentam maconha pela primeira vez é de 6 a 10%. Isso é menos que a metade do índice verificado no álcool e no tabaco.

E menos que um décimo do que a taxa estimada para a heroína, que chega aos 90%.

O psiquiatra diz:

A dependência de maconha não está tão relacionada às propriedades psicoativas da erva, mas principalmente às características do consumidor. O típico candidato à dependente é um sujeito jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. São pessoas que podem se viciar tanto em maconha quanto em sexo, jogo ou internet

O Dr. Elisaldo Carline, médico psicofarmacologista, que trabalha na CEBRID, também confirma isso. Em uma entrevista ao Dr. Dráuzio Varella, ele diz o seguinte:

Quanto ao problema da dependência, é importante considerar as conclusões de alguns estudos sobre o fenômeno da dependência.

Pode parecer incrível, mas há trabalhos descritos na literatura sobre a dependência, por exemplo, da cenoura. As pessoas comem tanta cenoura que ficam com a pele amarelada e, por alguma razão, impedidas de comer, entram em crise de abstinência.

Há também descrição de dependência, inclusive com síndrome de abstinência, entre pessoas que tomam placebo, substância inócua que não deveria causar alteração nenhuma nesse mecanismo.

Em relação à maconha, há casos registrados de dependência, mas eles não são frequentes, se considerarmos a imensa população mundial de usuários. Além disso, comparada com outras drogas, a maconha é muito menos indutora de dependência química.

O uso frequente da maconha é o que mais favorece a dependência. Pessoas que usam maconha regularmente aumentam suas chances de se tornarem dependentes (OMS).

Esse risco é de 1 em 10 entre aqueles que nunca usaram, de 1 a 6 entre adolescentes e de 1 em 3 entre usuários diários.

Efeitos colaterais da maconha

Quais os efeitos colaterais da maconha?

A maconha é derivada de um arbusto da família Moraceae, cujo nome cientifico é Cannabis Sativa. Na Índia, é conhecida como “cânhamo” e cresce livremente nas regiões tropicais e temperadas.

Os seus efeitos medicinais e euforizantes são conhecidos a mais de 4 mil anos. Na China, por exemplo, há registros do seu uso medicinal desde o século III a.C.

No início do século passado, a maconha passou a ser considerada um “problema social”. Seu plantio, cultura, colheita e exploração foi oficialmente proibida no Brasil, em 1938.

Atualmente, a maconha continua sendo proibida em diversos países. Porém, o seu uso medicinal é permitido para espetas em saúde. Inclusive, há remédios sendo desenvolvidos com base nos princípios ativos da erva.

Por outro lado, considerando o uso “recreativo”, existem ressalvas, devido aos efeitos colaterais da maconha a longo prazo. Especialmente, quando o hábito começa na adolescência.

Como o THC afeta o cérebro?

Sobre como a maconha age no organismo, o Dr. Elisaldo Carline, médico espeta em psicofarmacologia, explica:

Assim que a fumaça é aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois, levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central.

Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorrem a liberação e a captação de mediadores químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer, angústia, tranquilidade.

As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos, modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão entre os neurônios.

Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar o mundo.

O THC (tetra-hidrocarbinol), composto da família dos fenóis, é o principal componente da maconha. Agindo no cérebro, coração ou aparelho cardiovascular e pulmões, é o responsável pelos efeitos da maconha.

A maconha gera efeitos prazerosos como sensação de relaxamento, aguçamentos dos sentidos, a pessoa fica eufórica e com prazer sexual aumentado.

Porém, os efeitos colaterais da maconha são prejuízos cognitivos relacionados à organização e integração de informações complexas. Envolve vários mecanismos de processo de atenção e memória.  

O THC age no cérebro, coração ou aparelho cardiovascular e pulmões. A maioria destas alterações ocorre de maneira aguda e parecem reversíveis.  

O usuário crônico de maconha também pode sofrer com náusea, fadiga e dores de cabeça e garganta crônica. Também com irritabilidade, congestão nasal, piora da asma, infecções frequentes nos pulmões e diminuição da coordenação motora.

Outros efeitos colaterais da maconha são problemas menstruais, impotência, diminuição da libido e da satisfação sexual.

A dependência da droga também favorece quadros de depressão e ansiedade, labilidade e irritabilidade. Assim como ataques de pânico, tentativas de suicídio, isolamento social, afastamentos do lazer e outras atividades sociais.

A maconha e a síndrome amotivacional

Alguns estudos indicam que o uso crônico da maconha provoca a diminuição progressiva da motivação, isto é, apatia e improdutividade, o que caracteriza a síndrome amotivacional.

A síndrome amotivacional está associada a um estado de passividade e indiferença, caracterizado por disfunção generalizada das capacidades cognitivas, interpessoais e sociais devido ao consumo de THC.

Mesmo quando o uso é interrompido, os efeitos podem persistir por anos. Esta síndrome está associada aos efeitos colaterais da maconha.

Os efeitos colaterais da maconha são reversíveis? O que acontece quando o usuário crônico para de fumar?

Efeitos colaterais da maconha

Em um estudo realizado com 145 sujeitos, com idade entre 30 e 55 anos, foi avaliado o desempenho neuropsicológico de usuários de drogas no 1º, 7º e 28º dia após a interrupção do uso de maconha. Os sujeitos foram divididos em três grupos:

  1. O primeiro grupo de usuários graves havia fumado maconha pelo menos 5.000 vezes na vida e no último mês, estavam fumando diariamente.
  2. O segundo grupo havia fumado pelo menos 5.000 vezes na vida e, no máximo, 12 vezes nos últimos três meses.
  3. O último grupo foi constituído por sujeitos que não fumaram mais de 50 vezes na vida. Comparando os resultados do 1º com o 7º dia de abstinência, foram encontrados prejuízos na memória e aprendizagem.

Parece que o prejuízo cognitivo do uso da maconha é temporário e relacionado à quantidade utilizada recentemente e não permanente e relacionado ao consumo total durante a vida

Disse o chefe da equipe que realizou o primeiro trabalho, Harrison G. Pope Jr., do McLean Hospital, em Belmont (Massachusetts).

Como superar a dependência?

Segundo espetas, os usuários dependentes de maconha enfrentam crises de abstinência semelhantes ás de ex-fumantes de tabaco, quando param de fumar. É normal que eles sintam irritabilidade, alterações no humor, perda de apetite, entre outros sintomas.

A boa notícia é que a Hipnose Clínica pode ajudar usuários de qualquer droga a abandonarem o vício!

Fonte:

No artigo Como Parar de Fumar Com Hipnose, explicamos como a Hipnose Clínica pode ajudar um viciado a vencer o desafio de superar as drogas!