Quais as vantagens da hipnose na medicina?

Primeiro foi a acupuntura. Em seguida veio a homeopatia. Depois, surgiu a hipnose na medicina para o auxílio no tratamento de doenças.

Cada vez mais profissionais da saúde têm utilizado terapias alternativas para alcançar resultados complementares ao tratamento de diversas enfermidades. A hipnose dedicada a esse fim é chamada de hipnose clínica ou hipnoterapia.

O método figura entre o arsenal de recursos oferecidos por instituições renomadas em todo o mundo. É usado, por exemplo, no A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo, especializado no diagnóstico e tratamento contra o câncer, e ganhou espaço no Hospital das Clínicas de São Paulo, a instituição-escola para os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Antes de ver as vantagens que o método proporciona, vamos entender o processo de evolução e aceitação da hipnose na comunidade médica e científica.

Histórico da hipnose na medicina

A hipnose como fenômeno científico sempre esteve presente na história da humanidade. Desde a Idade Antiga, passando pela Idade Moderna e Contemporânea, a hipnose foi cada vez mais estudada e comprovada.

No Brasil, as técnicas do transe hipnótico passaram a acontecer no século XIX. Porém, a regulamentação do uso da hipnose como recurso auxiliar de tratamento ocorreu somente no século seguinte, pelos Conselhos Federais de Odontologia (em 1966), de Medicina (em 1999) e de Psicologia (no ano 2000).

Na Medicina e na Odontologia ela passou a ser utilizada para efeitos anestésicos e analgésicos, uma vez que trata da eliminação ou do amortecimento de dores no organismo.

Já na Psicologia, a hipnose passou a ser amplamente utilizada a fim de tratar a depressão, dependência, fobias, ansiedade, problemas sexuais, autoestima, dentre outras enfermidades que veremos mais adiante.

Resultados comprovados

A entrada definitiva da hipnose na medicina não ocorreu por acaso. O movimento foi sustentado por vários estudos que comprovaram sua eficácia nas mais variadas doenças.

Um dos mais recentes foi conduzido na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e provou que o método pode ser usado com sucesso no diagnóstico de crianças com epilepsia.

No Brasil, as pesquisas sobre os benefícios também começam a se espalhar. Na Faculdade de Medicina da USP, por exemplo, os médicos verificaram seu efeito como terapia auxiliar contra a dor de cabeça persistente.

Todas essas conclusões têm motivado investigações mais profundas sobre os mecanismos pelos quais o método produz resultados. Acredita-se que a hipnose provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro.

O mito da hipnose

As descobertas derrubam de vez a ideia equivocada de que hipnose é algo místico ou esotérico.

Durante muito tempo, charlatões se apropriaram do método e o usaram como atração em shows, circos e programas de televisão. Infelizmente, para muita gente essa ainda é a ideia de hipnose.

Porém, basta conhecer um profissional sério e que usa a técnica com finalidade médica para esquecer a imagem caricata de um hipnotizador de aparência exótica, capaz de transformar seu paciente em um zumbi.

Outro equívoco é imaginar que qualquer um pode ser hipnotizado de uma hora para outra, mesmo contra sua vontade. Isso definitivamente não acontece na hipnoterapia.  

Quais as vantagens da hipnose na medicina?

Como é, de fato, o trabalho de hipnoterapia

Nada de pêndulo ou relógios de bolso. Hoje, grande parte das induções na hipnoterapia é feita por meio de relaxamento dirigido por palavras ou toque em pontos específicos da face, entre outras técnicas.

Para a realização dos procedimentos de hipnoterapia, o profissional cria uma atmosfera que leva o paciente a acessar as informações escondidas no seu inconsciente.

Nesse estado, há mudanças nos padrões das ondas cerebrais e várias estruturas do órgão são ativadas com maior intensidade, em especial as relacionadas à memória e às emoções.

A sugestão e a descoberta

O objetivo é atingir um nível máximo de atenção para extrair da mente o que for preciso para ajudar no tratamento, aproveitando que as condições cerebrais obtidas deixam o paciente com maior abertura para ser sugestionado.

A partir daí, o terapeuta consegue descobrir traumas do passado e da infância. Tais traumas permitem ao paciente a revelação de sentimentos e emoções reprimidas que, ao voltarem à tona, podem ser melhor trabalhados.

Nem a hipnose nem a hipnoterapia possuem qualquer ligação com religiosidade ou crenças, o que permite a qualquer um se submeter ao tratamento sem esse tipo de constrangimento.

As etapas da hipnoterapia

O trabalho de hipnose clínica costuma ser realizado através de métodos como:

  • estimulação de sono;
  • escrita automática;
  • regressão;
  • projeção de um futuro;
  • diálogos com o terapeuta;
  • técnicas de psicodrama;
  • hipnoanálise (que combina hipnose e psicanálise), entre outros.

Em resumo, a hipnoterapia consiste em cinco etapas:

Pré-talk

Essencialmente, o hipnólogo explicará como funciona a hipnose.

Nesta conversa prévia, esclarecerá informações de senso comum sobre a hipnose para o paciente. Também, dizer quais são as instruções para que ocorra a hipnose.

Anamnese

Nela é realizada uma investigação da situação do paciente e onde são identificadas as possíveis causas dos problemas relatados.

Indução hipnótica

Período em que o terapeuta leva o paciente ao estado inconsciente por meio do transe.

Sugestões

Fase em que há sugestões por meio de linguagem, imagens ou desenhos da situação problemática.

Nessa etapa, o paciente já tem um objetivo em mente, escolheu um local apropriado, está confortavelmente sentado ou deitado e consegue facilmente relaxar seu corpo e mente através da respiração lenta e regular.

Dehipnotização

Aqui há a saída do paciente do transe, em que há a retomada do estado normal.

Quem pode ser submetido ao tratamento?

De uma forma geral, de crianças a idosos, todos podem ser submetidos ao tratamento com hipnose. O que muda é que existem níveis de profundidade em que o paciente entra em transe.

Vale destacar que o tratamento não é recomendado para pessoas em estado de surto psicótico ou sob o efeito de álcool ou drogas, uma vez que esses pacientes não conseguem focar a sua atenção em algum ponto específico.

Problemas tratados pela hipnoterapia

Um exemplo clássico desse processo são os passos tomados na hipnose para dor.

Nele é necessário fazer com que o paciente saia do foco da dor. Por meio da hipnose, ele é levado a se concentrar em estímulos de relaxamento e sensações prazerosas, fazendo com que se esqueça o máximo possível da sensação de desconforto.

Existem outros exemplos de problemas tratados pela hipnoterapia, como:

Quais as vantagens da hipnose na medicina?

Quais são as vantagens do uso da hipnose?

Dentre as vantagens do uso do tratamento a partir da hipnose, podemos destacar o fato de que ela apresenta resultados muito rápidos, uma vez que as mudanças podem ser notadas já nas primeiras sessões.

Isso acontece porque, ao trabalhar com o inconsciente, as causas são descobertas mais cedo e, com isso, o tratamento é aplicado mais rapidamente.

Além disso, se comparada à terapia convencional, é mais eficiente, já que a maioria dos problemas emocionais se encontra no inconsciente do paciente.

Outros benefícios da hipnose

A hipnose também proporciona outros benefícios que vão além do problema inicial, como a regulação do apetite, melhora do sono e redução da ansiedade pré operatória, bem como a capacidade de lidar com sentimentos e emoções de uma forma melhor.

Por fim, outro grande benefício desse tratamento é que não há a prescrição de medicamentos e isso reduz a zero os efeitos colaterais ou interações com outros tratamentos a que o paciente já se submete.

Além disso, mesmo os pacientes que já estão em tratamento com outros medicamentos, ao longo do tempo, podem reduzir a dose de remédio e apresentar avanços muito relevantes.

A hipnose é uma técnica que pode ser aplicada em você mesmo. Aprenda as mais avançadas técnicas de hipnose e meditação através de um curso virtual!