Você está tentando aprender a realizar a auto-hipnose mas sente dificuldade? Será que o consciente atrapalha? Há momentos nos quais se concentrar em algo pode ser realmente um grande desafio. E que por mais que exista o inconsciente e o consciente, o cérebro é uma coisa só, que se complementa, a todo momento.
Isso é sentido na hora de escolher algo, de reagir a um momento adverso e , até mesmo, ao tentar se concentrar e entrar no estado de transe. Mas como funciona a relação entre consciente e inconsciente no processo da auto-hipnose? Veja a ligação e descubra que o consciente pode atrapalhar o processo!
Consciência ou inconsciência: entenda a diferença
A decisão que você toma no dia a dia não é tomada apenas pelo seu raciocínio. Há influência do consciente e também daquilo que não é consciente. Mas o que isso significa?
Entende-se que no inconsciente, que foi “descoberto” por Freud, estão armazenados os instintos de vida ou informações obtidas no decorrer dela. E que tanto esse instinto, quanto as informações que ficam arquivadas são usadas no dia a dia, sem que a pessoa perceba.
Elas atuam desde em um momento no qual a pessoa precisa se proteger do perigo e age intuitivamente, até nas escolhas que o indivíduo realiza. Em suma, é a área da mente que armazena informações e ações que são realizadas, sem que a pessoa perceba ou raciocine sobre elas. Dentre elas, por exemplo:
- falar;
- como fazer para caminhar;
- as ações necessárias para respirar.
O inconsciente assume até a tarefa de formar frases e juntar letras. É por isso que aprender um novo idioma é tão difícil, pois quando isso é feito a pessoa usa outra parte do cérebro. Essa é a parte consciente. Afinal, o inconsciente ainda não assumiu a tarefa de formar as palavras e frases em outro idioma, ou seja, esse aprendizado é consciente e não “automático”.
Assim, em suma, o consciente é a parte da mente que a pessoa conhece e sabe que está usando. Dessa forma, são as lembranças, os pensamentos, os raciocínios. É tudo o que é aplicado no dia a dia e que a pessoa sabe que está fazendo uso dessas informações.
Neurociência tenta entender a diferença entre consciente e inconsciente
Tida como “o lado oculto da mente” por psicanalistas, a inconsciência passou a ser um desafio também para a neurociência moderna. No entanto, de fato, ainda não se sabe exatamente como isso funciona.
No ano de 2012 a BBC entrevistou sete especialistas em neurociência, na tentativa de saber quanto a parte consciente ocupa no cérebro e quanto fica para o inconsciente.
No entanto, isso ainda não conseguiu ser descoberto até o momento, mas os pesquisadores acreditam que a consciência ocupa no máximo 5% do cérebro. Se isso for confirmado cientificamente, significa que 95% é ocupado pelo inconsciente.
Assim, ainda tem muito a ser descoberto quanto ao desenvolvimento do cérebro, sua fisiologia e como funcionam as tomadas de decisões. Por mais que a neurociência tenha avançado muito nos últimos anos, há todo o “inconsciente” para ser elucidado.
A consciência tem que “parar”?
Existe essa ideia de que, quando a pessoa entra em auto-hipnose, a consciência tem que “parar”. Que a pessoa vai “apagar” e entrar em um transe muito profundo.
No entanto, essa perspectiva de que o sujeito tem que entrar em um transe profundo para a auto-hipnose não é verdadeira…
O transe profundo é uma perspectiva subjetiva. Isto é, por mais que o indivíduo sinta a sintomatologia do transe, cada pessoa a sente diferente.
Em um grupo de 100 pessoas que respondem muito bem à hipnose, cada uma delas responderá distinto.
A mente consciente participa da auto-hipnose
Um elemento em comum entre as pessoas que são suscetíveis à hipnose: a participação da consciência no processo hipnótico.
A consciência participa o tempo todo da hipnose e da auto-hipnose.
A hipnose é a habilidade de transformar pensamentos racionais, analógicos em automatizados. Quando, por exemplo, aprende- a dirigir, não é preciso ficar pensando para trocar marchas e afins. A hipnose é capaz de produzir novos comportamentos automáticos, assim como de acabar com os pensamentos automáticos ruins.
A consciência tem que participar ativamente do processo. O indivíduo, em auto-hipnose, pensa o tempo, direcionando sua mente para o que quiser..
Teste você mesmo! Faça uma indução hipnótica. Foque, visualize e imagine apenas aquilo que você verdadeira quer.
A mente consciente não precisa ser rebaixada
Inclusive, uma ideia nociva é a de que a hipnose é um processo passivo. Que basta entrar em transe que a mente será “reprogramada inconscientemente” por meio de sugestões. Que é algo simples assim. Não é. Lembre-se: a consciência participa o tempo todo!
O curioso é que quando a consciência atrapalha o transe, a pessoa tende a começar a questionar se a auto-hipnose realmente funciona. Você também tem essa dúvida? Então descubra aqui.