A hipnose é uma técnica com conceitos científicos que pode servir de tratamento para diferentes transtornos e doenças. Isso você já sabe. Porém, você conhece a relação entre as ondas cerebrais e a terapia hipnótica?
Neste texto, você vai ter todas as informações necessárias para entender como o cérebro funciona durante uma sessão de hipnose para a neurociência. O que são essas ondas, os tipos, a relação com a técnica e a importância. Confira nos tópicos a seguir!
O que são as ondas cerebrais?
O sistema nervoso é formado por uma série de elementos de ligação conhecidos popularmente como neurônios. São eles que conduzem toda a atividade neural para o corpo humano, da cabeça aos pés.
Quando esses neurônios se movimentam de forma repetitiva, com o objetivo de transmitir determinada mensagem e fazer parte do corpo funcionar, ele forma as ondas cerebrais. Ou seja, essas ondas são atividades de movimento realizadas pelos neurônios.
A partir da frequência desse movimento é que se sabe qual é o tipo de onda cerebral.
No total, existem 6 tipos principais e você vai saber um pouco sobre cada uma delas na lista a seguir:
Gamma
As ondas Gamma são pouco exploradas pelas pessoas que não estudam a fundo a hipnose. Elas são as de maiores frequências cerebrais e estão presentes durante todo o tempo, inclusive enquanto alguém dorme.
A Gamma só pode ser “desligada”, quando a pessoa entra em transe por meio de anestesia. Do contrário, ela funciona o tempo todo. O nível intenso dessa atividade é bom para o desenvolvimento cognitivo, principalmente a memória recente.
Beta
As ondas Beta são as mais famosas e conhecidas do público. Ela é o seu estado de agora, enquanto lê este texto. A Beta funciona durante os períodos de plena consciência e apenas neles.
Ela está relacionada a sensações de alerta, atenção, receio, raiva, concentração, antecipação e também com a ansiedade.
Alpha
Esse é o tipo de onda cerebral mais utilizado na atenção plena e também na meditação. É o primeiro estado de consciência que permite essa forma de relaxamento.
É nela que a pessoa entra no estado de concentração de uma yoga, de uma respiração profunda e atenta e de outros efeitos muito comuns adotados no mundo atual.
Theta
A Theta é um nível bem mais profundo, com uma frequência baixa, que chega a um estado de quase não consciência. É perto do que pode ser dito como hipnose ou, nas religiões asiáticas, o nirvana.
Ela surge, por exemplo, quando a pessoa guarda e memoriza muitas informações em um período muito curto. Isso faz com que essa atividade cerebral ocorra e a frequência das ondas abaixe bastante.
Delta
A Delta é o tipo de onda com o nível máximo de inconsciência, que é quando uma pessoa dorme em sono profundo. A frequência é bem baixa, perto de zero.
Talfa
Descoberta há pouco tempo, a Talfa é um estilo específico de ondas Alpha. Ela passou a ser estudada ao se perceber o poder dessa atividade para a diminuição do estresse.
A relação entre ondas e hipnose
Agora que você já conhece todas as ondas, é o momento de aprender a relação entre elas e a técnica de hipnotização.
Em uma pesquisa realizada no final dos anos 30, o neurofisiologista Grey Walter descobriu a concordância das ondas cerebrais com a hipnose. O objetivo dele não era esse, mas sim usar das atividades das ondas para descobrir doenças cerebrais por meio do eletroencefalograma.
Ele fez testes de luminosidade em pessoas para ver como o cérebro delas agiria. Quando as luzes piscavam demais, a atividade cerebral entrava em estado de transe, com um relaxamento profundo.
Ao mudar a velocidade e o ritmo das luzes, percebeu-se também que a atividade das ondas também se modificaria.
Após alguns anos, ficou comprovado que o som também tem o poder de modificar o movimento das ondas cerebrais, por conta da sua frequência e interação com o corpo humano.
A partir dessas pesquisas, ficou ratificada a relação da hipnose com a atividade das ondas cerebrais. Quanto menor a frequência, mais propício ao hipnotismo a pessoa está.
O estado de transe e a regressão
É a partir do movimento das ondas cerebrais que se é possível chegar ao estado de transe, de relaxamento profundo. É por meio dele que se faz a hipnose e também pode ser realizada a regressão de memória.
Tanto uma, quanto outra técnica, são formas de tratamento para transtornos e doenças mentais. Por isso, só devem ser realizadas com esse objetivo, quando o psicólogo confirmar que essa seja a melhor forma de tratamento.
A importância das ondas cerebrais para a hipnose
Com o avanço dos estudos a respeito das ondas, da hipnose e da relação entre ambas, a ciência fez várias descobertas importantes.
A primeira delas tem a ver com a aplicação clínica dessas atividades. Com a mudança de ondas no sistema nervoso de um paciente é possível tratar a depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico, psicoses, estresses pós-traumático, obesidade e até a dependência em substâncias químicas.
Além disso, o estudo fez com que mais profissionais aprendessem a técnica para ser usada em consultórios de psicologia. Isso desenvolveu ainda mais a prática e, hoje em dia, são muitos os profissionais qualificados para realizar esse tipo de terapia.
Toda e qualquer terapia de hipnose só pode ser realizada por profissionais qualificados e que tenham a devida certificação. Do contrário, jamais pode ser feita.
A hipnose é uma importante forma de tratamento de diferentes doenças e deve ser tratada com seriedade. Trabalhar com ondas cerebrais, modificar o movimento de cada uma delas é um ofício complexo.
Caso seja feito da forma equivocada, pode trazer problemas ao paciente. Por isso, só aceite ser hipnotizado por profissionais qualificados. Nunca um leigo deve tentar se hipnotizar ou fazer isso com alguém.
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