Para muitas pessoas, o conceito do estado de Esdaile é tratado da mesma forma com que o conceito de coma hipnótico é definido. De uma forma simplificada, é possível dizer que, para ambas definições, a pessoa entra em um estado de hipnose e relaxamento tão profundo que pode até ser submetido a uma cirurgia, por exemplo.
E isso vai muito além da teoria, pois James Esdaile, o criador desse conceito, era médico e conseguia realizar procedimentos cirúrgicos ao induzir o estado de transe em seus pacientes. Isso aconteceu em uma época antes mesmo de os anestésicos terem sido desenvolvidos.
Ao tratar um paciente em 4 de abril de 1845, ele realizou um procedimento muito doloroso. Foi então que decidiu tentar usar a técnica para aliviar o sofrimento. Com o resultado positivo, passou a usá-la em outros momentos.
Conheça o estado de Esdaile e descubra se existe uma diferença entre ele e o chamado coma hipnótico.
Quem foi Esdaile?
James Esdaile foi quem descobriu o que ficou conhecido como “coma hipnótico”. Nascido em 1808, a formatura na faculdade de medicina da Universidade de Edimburgo aconteceu em 1830, e os seus conhecimentos foram destinados, principalmente, aos procedimentos cirúrgicos.
Para poder realizá-los, Esdaile usava as técnicas de mesmer ou mesmerismo, buscando aliviar a dor. Por isso, é considerado pioneiro na utilização de hipnose em procedimentos cirúrgicos. Na época, era o único meio anestésico ao qual o cirurgião tinha acesso para tratar os seus pacientes.
Por meio da hipnoterapia, os pacientes entravam no que é chamado de estado de Esdaile. Trata-se de um estado de hipnose tão profundo, que a pessoa praticamente perde a percepção da dor. Ou seja, a técnica passa a surtir um efeito analgésico no paciente.
O sucesso foi tanto que a aplicação da hipnose em diferentes procedimentos foi relatada em um livro escrito pelo médico cirurgião, em 1847, denominado “Mesmerism in India, and its practical application in surgery and medicine.
O que é o estado de Esdaile?
O estado de Esdaile é quando o indivíduo entra em um transe tão profundo que chega a ignorar os estímulos para despertar. Esse estado era usado por James Esdaile para realizar procedimentos cirúrgicos em seus pacientes.
Atualmente, na hipnoterapia, o estado de Esdaile é alcançado por meio de sugestões de aprofundamento do transe. Uma vez que esse relaxamento completo é conquistado, a pessoa pode ficar imóvel por muito tempo. Entretanto, mesmo assim é possível conseguir fazer a pessoa despertar por meio de sugestões, ou seja, não há perigo de um transe “para sempre”.
Esdaile x coma hipnótico
É certo dizer que o estado de Esdaile é o mesmo que o coma hipnótico, de acordo com a percepção de James Esdaile. Era o que ele identificava na Índia, no século XIX, quando abordava as maneiras de entrar e sair do estado de Esdaile.
O problema é que a técnica usada na Índia era hipnose não-verbal. Provavelmente usavam sons instintivos, mas não usavam a linguagem. Essas pessoas ficavam com anestesia sem sugestão. O problema é que a hipnose não verbal não envolve apenas sugestão, mas também aspectos fisiológicos, que afetam o sistema nervoso central.
Já o chamado coma hipnótico se baseia em hipnose verbal. Por isso, é difícil comparar a técnica de Esdaile com o coma hipnótico. Afinal, as técnicas são diferentes e a parte fisiológica afetada também não é a mesma.
Saiba mais sobre o uso da hipnose para o controle da dor neste outro artigo do blog. Até a próxima!