Loop hipnótico: descubra o fenômeno do transe na hipnose

O transe é um processo realmente necessário para que a hipnose possa ser realizada? Para James Tripp não. Ele defende a ideia de que é possível realizar a hipnose sem transe graças ao fato de acontecer o que é chamado de loop hipnótico

Segundo ele, a imaginação leva à crença, que por sua vez desencadeia alterações fisiológicas. Uma vez que isso acontece, ocorre a experiência. Veja como funciona e conheça as fases do loop hipnótico. 

O que é loop hipnótico?

O termo loop hipnótico, vem de “loop”, que em inglês quer dizer: ciclo, sequência. Assim, o loop hipnótico pode ser considerado um mecanismo essencial, no qual um ciclo, que é capaz de aprofundar e mandar o estado de hipnose, se repete.

Ele foi descrito por James Tripp em seu artigo “Hypnosis Beyond the Trance Myth” e, segundo ele, o loop hipnótico é composto por:

  • crença;
  • imaginação;
  • fisiologia;
  • experiência.

Em suma, não há uma ordem correta, ou seja, a hipnose pode começar por qualquer uma das etapas. No entanto, ao mesmo tempo, é preciso compreender que elas se complementam. De certa forma, a crença estimula a imaginação. 

Essa, por sua vez, impulsiona as reações fisiológicas que passam a processar os estímulos externos. O processamento desses estímulos gera a experiência, que confirma a crença, ou seja, é um ciclo. Por isso, recebe o nome de loop hipnótico.  

O modelo de James Tripp

James Tripp desenvolveu a abordagem de hipnose sem transe. Para ele, as pessoas têm a capacidade de criar a sua própria vida e rotina, além de modelar os seus passos, independentemente das suas crenças ou experiências. Em seu entendimento, é natural do ser humano aprender e mudar tendências.   

Baseado nisso, compreende que para que a hipnose seja realizada não é preciso que a pessoa entre em um estado especial, como sugere a hipnose clássica. Tripp acredita que não há a necessidade do transe para que o indivíduo se torne suscetível às sugestões. Para ele, as pessoas já estão respondendo às sugestões. Assim, ao invés de se preocupar com o estado de transe, ele sugere que o foco deve ser ajudá-las a chegar na experiência

Isso poderia até ser feito usando o transe, mas Tripp julga desnecessário. Tudo o que o hipnoterapeuta precisa é saber como deixar o indivíduo em estado de experiência.

Os 4 estágios do loop hipnótico

Segundo James Tripp, o loop hipnótico é composto por crença, imaginação, fisiologia e experiência. A ação de cada um deles ocorre da seguinte maneira.

  • Crença: o sucesso ou fracasso do processo seria definido na crença, visto que o cérebro atua com a lei do pensar e a lei do prover;
  • Imaginação: a mente humana é capaz de imaginar o que quiser e quando quiser. Isso vale tanto para criar uma imagem de energia, quanto a de um poder oculto e isso pode ser usado a favor do loop hipnótico, já que é comum que a imaginação se transforma em crença. A pessoa imagina tanto que passa a acreditar que aquilo existe;
  • Fisiologia: se a pessoa imagina e passa a crer que aquilo é real, a mente trabalha para transformar a crença em realidade. E, para isso, pode criar uma experiência fisiológica que ajuda a confirmar;
  • Experiência: como a imaginação levou à crença e a crença gerou um estímulo fisiológico, a consequência é a experiência. Assim, se a pessoa imagina que a mão dela está colada e acredita nisso, uma resposta fisiológica será gerada e a experiência de sentir a mão colada em algo será vivida. 

Esse processo passa a acontecer de forma cíclica, ou seja, em loop hipnótico. Esse tipo de “controle” dos pensamentos também pode ser atingido por meio da auto-hipnose. Veja como funciona