Segundo pesquisa do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, as fobias acometem em algum momento da vida de 13% a 20% da população mundial.
Mas será que fobia tem cura? Nesse artigo, você vai descobrir a diferença entre medo e fobia e como uma fobia tem cura, de acordo com a Programação Neurolinguística.
O que é o medo?
O medo está entre as emoções humanas mais básicas, juntamente com a alegria, tristeza, raiva, nojo e surpresa. Sentir medo não é necessariamente algo ruim, pois essa emoção é fundamental para nossa sobrevivência.
Imagine se o ser humano não sentisse medo. Como ele se mobilizaria para fugir de um tigre-dente-de-sabre na pré-história, ou de uma situação de risco, nos tempos modernos?
Contudo, assim como a tristeza disfuncional é um sintoma da depressão. Como também o medo disfuncional e exagerado é um sintoma de fobia!
Como surgem as fobias?
O nosso cérebro cria muitas associações negativas com o intuito de nos proteger. Por exemplo, imagine uma pessoa que sentiu muita dor ao arrancar um dente. Algum tempo depois, quando ela volta ao dentista, pode sentir muito medo, mesmo que não sinta nenhuma dor.
Isso acontece porque o cérebro dela criou uma associação entre “ir ao dentista” e “sentir muita dor”. Então, para protegê-la, o cérebro, inconscientemente, ativa a emoção do medo para fazê-la fugir daquele perigo. A isso chamamos fobia.
A fobia é um dos transtornos de ansiedade mais comum. Se divide em três grupos principais:
- Fobias específicas: medo intenso causado por estímulos ou situações específicas, como a fobia de cobra (estímulo específico) ou fobia de lugares fechados (situação específica).
- Agorafobia: Geralmente acompanha da síndrome do pânico. A agorafobia consiste em um medo extremo de situações em que parecem ser difíceis de se sair. Entre essas situações, estão espaços abertos, tráfego viário, centros comerciais, ou simplesmente qualquer situação em que a pessoa se encontra fora do local de residência.
- Fobia social: Esse tipo de fobia está relacionado com o medo exagerado de situações sociais. A pessoa fica ansiosa ao lidar com as outras ao seu redor pelo receio de sofrer avaliações negativas ou se sentir humilhada.
Os sintomas da fobia vão muito além da agitação mental causada pelo medo. Durante as crises, levam a taquicardia, tremedeira, suor excessivo, falta de ar, tontura e até mesmo desmaios.
Tipos de fobias específicas mais comuns
As fobias se caracterizam pelo medo irracional de um objeto, lugar, situação ou até de um animal. Por isso, pode ser qualificado como um transtorno de ansiedade, pois as emoções sentidas perante a situação são desproporcionais.
Algumas das fobias são consideradas específicas, como é o caso do medo de altura, por exemplo. Contudo, há também transtornos mais complexos, como é o caso da fobia social. No entanto, todas elas são consequentes de uma sensação de perigo exagerado ou irreal.
A origem das fobias, comumente, se dá pela vivência de experiências traumáticas que a pessoa viveu na infância. No entanto, em um estudo feito por médicos alemães e publicado no Psychiatric Genetics, concluiu que o Transtorno de Ansiedade Social (TAS), também conhecido como fobia social, pode ter origem genética.
Vale ressaltar que pessoas de qualquer idade podem desenvolver um ou mais tipos de fobias. De acordo com um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP), quase 10% das crianças e adolescentes têm pelo menos um dos critérios diagnósticos para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade. Além disso, nesse grupo, cerca de 2,4 a 3,3% já apresentam alguma fobia. Conheça os tipos mais comuns que podem ser desenvolvidos em qualquer etapa da vida.
Hipnofobia
Essa é a fobia do sono e comumente está ligada ao fato de chegar ao momento da pessoa ir dormir e ela começar a pensar que pode morrer durante o sono, por exemplo. Também pode estar relacionada a pesadelos. Com medo de voltar a tê-los, o indivíduo começa a ficar ansioso na hora de ir se deitar para dormir.
Essa ansiedade extrema dá origem a um quadro de insônia ou de pânico ligado à hora do sono. A fobia do sono é considerada grave e, muitas vezes, requer tratamento medicamentoso, além de terapia.
Tripanofobia
Tripanofobia é o nome dado a quem tem fobia de agulhas. No dia a dia, pode ser até que esse problema não seja notado com tanta frequência. Contudo, quando não tratado, esse transtorno de ansiedade pode dificultar o tratamento de uma doença. Também é prejudicial na hora de ser vacinado e se proteger das mais diversas enfermidades.
Fobia de barata
Também chamada de catsaridafobia, a fobia de barata é muito comum. Mesmo que as pessoas saibam, racionalmente, que o inseto pode ser facilmente controlado e eliminado, o medo exagerado acontece. O problema é que é desmedido e incontrolável.
Isso pode estar associado à ligação que a mente faz desse inseto com a sujeira ou com a transmissão de doenças, por exemplo. Ao saber disso, algumas pessoas acabam desenvolvendo uma reação exagerada ao risco que o animal realmente representa. Quando o indivíduo que tem catsaridafobia vê o animal ou uma imagem dele pode apresentar:
- pensamento confuso;
- agitação mental;
- taquicardia;
- mal-estar;
- comportamento de fuga.
Medo de avião
A aerofobia é uma fobia é um transtorno de ansiedade comum, cujos sinais apresentados pela pessoa, quando entram em um avião, podem ser semelhantes a uma crise de pânico. Isso acontece mesmo que a pessoa saiba o quão seguro é o transporte.
Além disso, a maioria das pessoas que têm medo de avião nunca passou por uma situação traumática dentro da aeronave. Outra curiosidade sobre a aerofobia é que, no geral, a pessoa não tem medo do avião cair, mas sim de se sentir mal dentro dele e não ter como ser socorrida.
Medo de altura
A fobia de altura também é chamada de acrofobia. Ela acomete um grande grupo de pessoas e, às vezes, quando muito intensa, pode atrapalhar até mesmo o convívio social. Afinal, isso pode impossibilitar que o indivíduo acompanhe o filho em um brinquedo no parque ou que troque uma lâmpada em casa, por exemplo.
A pessoa que tem acrofobia costuma ficar tão agitada quando está em um local mais alto que tende a perder o controle. O pânico é tamanho que ela, muitas vezes, não consegue arrumar uma solução racional para o que está vivendo e acaba precisando de ajuda.
Usando a PNL para curar fobias
Como uma fobia tem cura por meio da Programação Neurolinguística?
A técnica para Cura Rápida de Fobia é baseada no conceito das submodalidades, desenvolvido pela PNL.
Na PNL, as modalidades seriam os nossos 5 sentidos: visual, auditivo, cinestésico, olfativo e gustativo.
Por sua vez, as submodalidades seriam as propriedades de cada um desses sentidos. Por exemplo, a modalidade visual é constituída por submodalidades de cores, luminosidade, tamanho, foco, distância, proporção e etc. A modalidade auditiva é constituída por sons graves e agudos, volume alto ou baixo, tempo rápido ou devagar, sons internos ou externos, mono ou stereo… E assim por diante.
Segundo a PNL, as submodalidades das nossas lembranças estariam diretamente conectadas com a forma como nos sentimos em relação a algo.
Por que pessoas que viveram momentos intensamente tristes no passado, voltam a ficar tristes quando se lembram deles? A PNL explica que isso ocorre devido à recordação do acontecimento. Pois, ao lembrar, a pessoa utilizaria as mesmas submodalidades associadas com a tristeza.
De acordo com Richard Bandler, criador da PNL, enquanto as submodalidades permanecessem as mesmas, as fobias e os traumas iriam também permaneceriam. Mas, traumas e fobias têm cura caso se alterem as submodalidades.
Para ilustrar melhor, Bandler explicava que, quando uma pessoa pensava em um dia triste e se imaginava assistindo a cena projetada em uma tela de cinema, enquanto estava sentada em uma cadeira bem distante, alterava a percepção de tristeza em relação à cena. Deixava-a bem menos intensa do que se estivesse lembrando-se da cena, como realmente aconteceu.
Essa ideia de usar o distanciamento para ajudar uma pessoa a lidar com os seus sentimentos em relação a algo que a incomoda não vem da PNL, mas sim da Psicologia Comportamental.
Como uma fobia tem cura na Psicologia Comportamental?
Na psicologia comportamental, esse princípio é definido como habituação. Para se habituar ao objeto do medo, era necessário que a pessoa estivesse distante o suficiente para ir se acostumando.
Esse processo de fazer a pessoa ir se aproximando aos poucos e se acostumando com o objeto do medo, é chamado de dessensibilização sistêmica na psicologia comportamental.
Isso também acontece na técnica de PNL para Cura Rápida de Fobia. A pessoa vai fazer aproximações sucessivas, mas apenas com a imaginação. Utilizando essa técnica, qualquer fobia tem cura, segundo a PNL.
Técnica de PNL: cura rápida de fobia
Veja abaixo um passo-a-passo de uma técnica de PNL para curar rapidamente a fobia.
Metragem da fobia
É realizada uma metragem do nível da sensação fóbica que o cliente sente quando pensa no objeto da fobia. O terapeuta pergunta:
Entre 0 e 10, sendo 0 nada de medo/ansiedade e 10 o maior medo/ansiedade que você já sentiu, em que nível você sente que está quando pensa no objeto fóbico?
A resposta do cliente norteará o trabalho do terapeuta durante o processo. Ao final da técnica, o terapeuta repete essa pergunta inicial para saber o quanto diminuiu, e até mesmo se zerou o medo/ansiedade que o cliente sentia.
Compreender a “Intenção Positiva” da fobia
O terapeuta ajuda o cliente a compreender a “intenção positiva” da fobia.
É dever do terapeuta ajudar o cliente a entrar em contato com aquela parte inconsciente, responsável pelo processo fóbico. Ajudá-lo a reconhecer a intenção que essa parte tem, que é unicamente, protegê-lo de algum modo.
Imaginar como será sua vida depois
Como imagina que será sua vida depois que superar esta fobia? No segundo passo, o terapeuta pede que o cliente imagine como ele deseja estar depois que esse medo for resolvido.
Instalar uma âncora de “Local Seguro”
Aqui o terapeuta instala uma âncora de “Local seguro” no seu cliente. Essa âncora representa um estado positivo de recursos que vai ajudar o cliente a dessensibilizar a fobia.
Se imaginar em uma sala de cinema
O cliente deve se imaginar em uma sala de cinema, mais precisamente, na cabine de projeção. A partir daí, ele visualiza a si mesmo sentado em uma cadeira confortável assistindo a cena na tela de cinema.
Essa estratégia, de fazer o cliente ser o observador de si mesmo olhando para tela de cinema, chama-se dupla dissociação. Na PNL, isso é usado para reforçar o principio da habituação, ajudando a pessoa a se manter o mais longe possível da sensação fóbica.
Na tela, está passando a cena mais antiga envolvendo a fobia, provavelmente na infância ou na adolescência.
Essa cena, projetada na tela do cinema, deve começar minutos antes do incidente que deu origem a fobia. Quando ainda estava tudo bem. A cena deve terminar em um momento depois do ataque fóbico, quando estava tudo bem novamente.
Dar o “play” para assistir o filme
O terapeuta solicita que a pessoa dê o “Play” para assistir o filme, enquanto aciona a âncora de local seguro. Na cabine, com a âncora de “Local seguro” ativada, a pessoa vê a si mesma assistindo a cena envolvendo a fobia.
O terapeuta solicita que ela assista ao filme em tempo normal e preto e branco. Desde o primeiro momento onde estava tudo bem, passando pelo ataque fóbico. Até o momento final, quando tudo já estava resolvido.
Se o cliente ainda sentir ansiedade, mesmo com essa dupla dissociação, mais submodalidades podem ser alteradas. Isso diminui ainda mais a intensidade da experiência negativa.
Por exemplo, o terapeuta sugere que o filme, agora, está além de preto e branco, também embaçado. Passando muito rápido ou bem devagar.
Repetir o processo mais vezes
Esse processo deve ser repetido diversas vezes até que o cliente se acostume em imaginar a cena daquela maneira. E não sinta mais ansiedade.
Quando o cliente assiste a cena e não sente mais aquela ansiedade, o terapeuta deve sugerir que ele, aos poucos, restabeleça as submodalidades originais da cena envolvendo a fobia e assista novamente. Sempre com a âncora de local seguro acionada!
Na continuidade, o cliente vai aproximando sua imaginação da cena original e conforme aciona sua âncora de local segura, dessensibiliza o medo até que não exista mais ansiedade alguma. Mesmo que ele se imagine vivenciando o acontecimento.
Fazer uma “ponte ao futuro”
No último passo, o terapeuta faz uma ponte ao futuro com o cliente.
Pede a ele que imagine um momento, em alguns dias, meses ou anos, que esteja exposto novamente ao objeto da fobia. E diga como se sente em relação a isso.
Caso a pessoa ainda não se sinta segura, o processo de cura rápida de fobia deve ser repetido. Para te ajudar a superar suas fobias, aprenda também como ter mais autoconfiança!