A hipnose possui diversos “nichos” que servem para auxiliar a encontrar a melhor solução para cada tratamento. Assim como a hipnopedagogia treina o cérebro para absorver mais informações, o modelo PCTA auxilia na influência sobre o cliente na hipnoterapia.
Antes de mais nada, vamos explicar de maneira simples como surgiu o PCTA. Esse modelo é bem semelhante ao ABS de John Overdurf. E isso não é nenhum coincidência, afinal, o criador do PCTA, Igor Ledochowski foi um dos alunos de John. Desse modo, o trabalho dos dois possuem muitas semelhanças.
Em síntese, PCTA e H+ são modelos de influência baseados em identificar um problema e tratá-lo de maneira a ganhar a confiança da pessoa. E para isso não é necessário se envolver por inteiro no problema, mas sim, criar uma situação empática.
Neste artigo, vamos explicar melhor esses modelos e mostrar com exemplos as suas aplicações. Continue lendo!
O que é PCTA?
O modelo PCTA, desenvolvido por Igor Ledochowski, se baseia nos seguintes conceitos:
P – Situação Problema
C – Faculdade Crítica
T – Transformação
A – Acesso ao Recurso
De acordo com Ledochowski, P ou situação-problema é o primeiro ponto identificado. Ele pode ser definido como o que está acontecendo com o indivíduo no momento.
O C vem como o rompimento do fator crítico, ou seja, no tratamento, as palavras não são usadas para criticar o paciente.
O A é o acesso ao recurso, ou a maneira como será tratado o problema já identificado.
Por fim, o T é a transformação, que é a o resultado do uso dos 3 recursos anteriores.
Em síntese, no PCTA existe uma situação problema, que depois de rompido o pensamento crítico, auxilia a parar de pensar no problema e assim, transformá-lo em solução.
Aplicando o PCTA e o H+ na prática
Ao utilizar o PCTA é necessário falar do problema do indivíduo. Entretanto, é necessário ter uma postura H+ na hora da abordagem. Assim, ao invés de apenas apontar um problema, você já aponta o problema e uma possível solução imediata.
Isso faz com que a pessoa com o problema não fique com raiva da sua postura. Bem como, você consegue não se envolver de maneira pessoal com esse problema.
A questão do H+ é falar sobre o problema sem se envolver no problema e assim evitar cair no H-. Exemplificando: quando um amigo terminou o namoro, você pode entrar no problema indiretamente, falando de relacionamentos em geral. Desse modo, ele sente a abertura para contar o que houve. Por outro lado, é possível falar diretamente também, chegando e perguntando como o amigo está em relação ao fim do namoro.
A verdade é que as pessoas querem falar de seus problemas, mas é necessário sentir a abertura para isso. Ao utilizar o modelo PCTA e H+, você consegue auxiliar esse amigo, sem se envolver no problema dele.
Aplicando na hipnoterapia
Posteriormente, esse modelo também pode ser empregado nos atendimentos de hipnose. Com o uso do PCTA e H+, o hipnoterapeuta consegue entender o problema do paciente e alterar a percepção da realidade a partir do uso de cada recurso do PCTA.
Durante as sessões, são trabalhados esses recursos um a um, começando por evitar pensar no problema, ou seja, quebrando o fator crítico. Até que tudo isso volte à tona e então exista a transformação, que vem na última etapa usada nesse modelo.
As palavras tem grande importância e a maneira que são utilizadas nas sessões. É necessário que você saiba usar as palavras de movimento que dão a entender que a situação é temporária.
Por exemplo: “Você ainda não arrumou emprego” ou “Você já está procurando emprego”. As palavras ainda e já dão essa sensação de que o desemprego é algo temporário e você pode mudar a situação.
É diferente de dizer: “Ah, você não arrumou emprego”. Nesse caso, não existe um movimento ou a sensação de situação passageira. Além disso, a pessoa pode até mesmo ficar com raiva do modo que você trata a situação, caindo assim no H-.
Em síntese, o modelo PCTA e H+ tem bons resultados na hipnoterapia. Entretanto devem ser aplicados de maneira cuidadosa, uma vez que as palavras erradas transformam o H+ em H- em segundos.
Para entender melhor como esse modelo surgiu leia este artigo sobre meta padrão. Até a próxima!