Se você se interessa por hipnose, provavelmente já notou que a técnica usada pode ser diferente entre um profissional e outro. Isso acontece porque há várias formas de auxiliar as pessoas e, muitas vezes, o profissional foca em mais de um tipo de hipnoterapia. Para entender mais sobre esses conceitos, hoje vamos falar sobre as diferenças entre Hipnose Clássica x Ericksoniana.
Atualmente, ambas são usadas no mundo todo, mas são baseadas em processos diferentes. Além disso, os seus criadores também são distintos. Enquanto a clássica ficou popularizada graças a Dave Elman, a Ericksoniana foi desenvolvida por Milton H. Erickson.
Conheça cada um desses processos e descubra mais sobre os criadores da Hipnose Clássica e Hipnose Ericksoniana.
Hipnose Clássica x Ericksoniana: conheça a abordagem Clássica
Resumidamente, na abordagem Clássica, o hipnoterapeuta aplica uma técnica que permite que a pessoa adquira um relaxamento corporal e mental. Ela entra em um estado de transe que, quem olha de fora, tem a impressão de que o indivíduo está com sono.
No geral, o procedimento é feito parte por partes, dividindo os grupos musculares e fazendo o relaxamento aos poucos. O primeiro grupo costuma ser o da pálpebra, seguido dos braços e demais músculos maiores.
No geral, o período de indução leva entre 6 e 10 minutos. Depois disso, a pessoa entra em estado sonambúlico. Na sequência, a hipnose clássica segue a ideia de que a mente atende todas as ordens que recebe. Por isso, as sugestões são dadas de forma impositiva, em tom de comando. É como se o hipnoterapeuta tivesse controle sobre o hipnotizado, apesar de isso não acontecer de fato.
O fato de ser impositivo pode fazer com que esse processo não dê o resultado esperado em pessoas que são mais focadas na lógica. No geral, elas resistem às imposições.
Outro ponto importante é que essa ideia de que o hipnoterapeuta tem poder sobre a mente do outro, acaba por causar medo em muitas pessoas. Isso pode fazer com que elas evitem o tratamento. Por isso, é importante conhecer outros métodos, como a Ericksoniana.
Quem foi Dave Elman
Antes de conhecer o outro método e entender a diferença entre Hipnose Clássica x Ericksoniana, é interessante saber mais sobre o maior nome da hipnose ou método clássico. Dave Elman, cujo nome real é David Kopelman, nasceu em 1900 e faleceu em 1967, era de North Dakota, EUA. Ainda criança, acompanhou o sofrimento do seu pai, que lutou contra o câncer e sofreu muitas dores. Foi nesse momento que a hipnose entrou em sua vida, quando uma pessoa a usou em seu pai e aliviou o sofrimento dele.
Esse período marcou a vida de Dave e ele decidiu trabalhar com hipnose, começando como hipnotizador de palco. Depois disso, foi diretor, escritor e teve programas de rádio. Ele também chegou a ministrar aulas na Universidade Columbia sobre hipnose.
Aos 49 anos, ele decidiu voltar a sua atenção apenas ao estudo e ao trabalho com hipnose e criou o Curso Dave Elman em Hipnose Clínica.
Hipnose Clássica x Ericksoniana: saiba como a Ericksoniana funciona
A principal diferença entre a hipnose clássica x Ericksoniana é que enquanto a clássica deixa o procedimento nas mãos do hipnotizador, que dá ordens, a Ericksoniana respeita as reações de cada pessoa durante o transe. Ela entende que o cliente é o principal responsável pelas mudanças mentais conquistadas.
Dessa forma, o hipnoterapeuta assume o papel de orientação e não de determinação de ordem, como ocorre na clássica. Além disso, a hipnose Ericksoniana respeita os valores e crenças, o que ajuda com que o método tenha sucesso até mesmo quando a pessoa tem certa resistência.
Dessa forma, ajuda o indivíduo a adquirir autoconhecimento e a encontrar os caminhos para solucionar os próprios conflitos.
Quem foi Milton H. Erickson
O psiquiatra norte americano Milton Hyland Erickson dedicou a sua carreira à hipnose médica e terapia familiar. Fundador da Sociedade Americana de Hipnose Clínica, foi influenciado pela psiquiatria, psicologia, PNL e hipnoterapia.
Nascido em 1901 em Aurum, Nevada (EUA), durante a infância seus pais descobriram que ele não conseguia diferenciar alguns tons de cores e também não diferenciava o tom dos sons. A dislexia e o daltonismo foram diagnosticados, mas os desafios não pararam aí. Aos 17 anos ele contraiu poliomielite.
Em quarentena, começou a estudar a linguagem corporal e percebeu que o que imaginava refletia em seu corpo. Observando a irmã, aprendeu a andar novamente e chamou isso de memórias do corpo.
Foi então que aos 21 anos procurou um médico e começou a atuar com ele, como ajudante. Como seguia curioso pela mente humana, acabou ganhando um curso de psicologia e, posteriormente, foi estudar medicina.
Durante os estudos, acabou procurando pelo professor Clark L. Hull, espeta em hipnose. Com mais aprendizado, passou a usar a hipnose em sua rotina clínica.
Com o uso excessivo dos músculos, acabou paralisado novamente. Como já era velho para a reabilitação, usou a auto-hipnose para controlar a mente e tornou-se um espeta no tratamento. Ele morreu aos 79 anos.
“Cada pessoa é um indivíduo único. Assim, a psicoterapia deve ser formulada para atender a singularidade das necessidades do indivíduo, ao invés de adaptar a pessoa para se ajustarem ao leito de Procusto de uma teoria hipotética do comportamento humano “ – Milton H. Erickson.
E ai, conseguiu entender a diferença entre os dois métodos de hipnose? O que acha de colocá-las em prática na sua vida? Aprenda a auto-hipnose em nosso curso. Confira!