Para você, comer doces dá uma sensação de prazer e é praticamente inevitável? O bem-estar causado por tal prática é tamanho que, por vezes, sempre que a pessoa precisa se sentir melhor, come um bolo ou um brigadeiro. Quando isso se torna frequente pode ser chamado de vício em doces.
Isso acontece porque a pessoa se sente bem ao ingerir o alimento. Essa sensação de bem-estar pode ser explicada pela quantidade de energia que o item fornece. O problema é que a ingestão de açúcar consegue ativar áreas do cérebro responsáveis pelo vício, ou seja, o alimento ativa “circuitos de prazer”. Algo muito semelhante ao que ocorre com pessoas que fumam ou bebem.
Além disso, quando o consumo é excessivo ele pode resultar em problemas de saúde. A obesidade e a diabetes são exemplos de consequências. Sendo assim, o vício em doces precisa ser controlado. Afinal, por mais saboroso que o alimento seja, quando ele começa a fazer mal é hora de buscar tratamento e encontrar o equilíbrio.
Veja como descobrir se você sofre com vício em doces e como isso pode ser tratado.
Vício x compulsão alimentar
Tanto a compulsão alimentar quanto o vício em doces precisam ser tratados para não prejudicar a qualidade de vida. Ambos são considerados uma patologia. E, de certa maneira, a definição de vício engloba o de compulsão.
A compulsão alimentar é o ato de comer doces, várias vezes, em pouco tempo. A pessoa come, não se sente satisfeita e volta a comer. Ela não está com fome, mas procura o alimento para se sentir melhor. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o indivíduo está ansioso ou desconfortável.
O problema é que a sensação de bem-estar dura pouco e logo ele volta a procurar um doce novamente. Além disso, quem sofre com compulsão não se limita ao doce. A pessoa pode, por exemplo, fazer compras ou até apostas. A busca é sempre pela sensação de bem-estar momentâneo, que torna mais agradável um momento desconfortável qualquer.
Por outro lado, o vício consiste na necessidade de fazer algo de forma compulsiva. O vício em doces, por exemplo, é a necessidade de comer doces. E quando a pessoa não pode fazer essa ingestão ela sofre com alterações psicológicas.
Como diferenciar vício em doces de compulsão então? A compulsão é quando a pessoa tem esse comportamento de comer doces quando tem acesso ao alimento. Caso ela não tenha um doce por perto, não necessariamente se sente mal.
Por outro lado, quando há vício em doces, se a pessoa não comer por não ter acesso ou não poder, ela passa mal. É o mesmo que acontece com quem é viciado em cigarros, por exemplo. O indivíduo que não tem acesso acaba ficando desesperado e angustiado.
Vício em doces e açúcar: como controlá-lo?
O vício em doces, embora não tenha sido cientificamente comprovado, pode ser compreendido pela sensação de bem-estar que é produzida ao consumi-lo. Isso ocorre porque o açúcar aumenta a energia momentaneamente e causa uma sensação de euforia. E isso acontece de forma muito rápida, já que a absorção intestinal do açúcar não demora.
Embora essa sensação boa possa existir, o excesso de açúcar, que o corpo não consegue usar, é transformado em gordura. Dessa forma, quem sofre com o vício em doce pode ter uma propensão maior em desenvolver obesidade e diabetes.
Outro ponto importante é que a ingestão de açúcar de forma excessiva ativa o sistema dopaminérgico mesolímbico, que também é conhecido como sistema de recompensa do cérebro. Quando isso acontece, há a liberação de dopamina, que é feita pelos neurônios, e que sinaliza que a ingestão do doce foi algo positivo.
O problema é que o sistema dopaminérgico mesolímbico acaba reforçando o comportamento, ou seja, o organismo compreende que comer açúcar é bom, o cérebro grava isso e “estimula” a ação. É por isso que o açúcar é considerado viciante.
Como descobrir
Para tentar descobrir se você está viciado ou não em açúcar, uma maneira é ficar 24 horas sem ingerir nenhum doce. Caso o indivíduo se sinta irritado ou nervoso, é provável que sofra com o vício em doces. Em alguns casos, a pessoa também tem dor de cabeça.
Além disso, é indicado procurar identificar se há algo que esteja motivando tal prática. Dentre as possibilidades, por exemplo:
- estresse;
- problemas financeiros;
- problema em casa ou no trabalho;
- insatisfação pessoal.
Assim, para que o vício em doces possa ser controlado, é preciso buscar o autoconhecimento e identificar que há um estímulo. Além disso, a adoção de práticas que gerem a sensação de bem-estar e façam bem para o organismo, como a realização de esportes, pode ajudar a minimizar o problema. No entanto, em casos graves é preciso procurar ajuda profissional.
Hipnose no controle da diabetes
Um dos problemas do vício em doces é o desenvolvimento de diabetes, que comumente está relacionada a hábitos alimentares e de vida. Muitas vezes, essa rotina inadequada está relacionada a fatores emocionais. Neste caso, a hipnose pode ajudar a:
- desenvolver o autoconhecimento;
- ressignificar traumas que possam estar ligados aos comportamentos inadequados;
- conquistar mudanças de vida, inclusive em relação à práticas mais saudáveis como, por exemplo, a realização de exercícios físicos;
- reduzir a ansiedade.
Tudo isso pode colaborar para a perda de peso e consequente controle da diabetes. Em suma, a hipnose pode ser usada para colaborar tanto para descobrir a causa do vício em doces, que levou à obesidade e à diabetes, quanto para ajudar a pessoa a mudar os seus hábitos e otimizar os efeitos do tratamento proposto pelo médico.
Além disso, ela também colabora para o desenvolvimento do autocontrole, de forma que a pessoa passe a conseguir evitar a ingestão de doces. Veja como funciona.