Catarse significa purificação. Para a religião, a catarse é considerado um estado de purgação espiritual. Já para a psicanálise, a palavra está relacionada à liberação de sentimentos ou emoções reprimidas.
Nesse sentido, é por meio de terapia ou hipnoterapia, que muitas pessoas buscam acessar memórias traumáticas e, com isso, ser direcionadas a diversas emoções. Dessa forma, visa-se levar o indivíduo à cura.
Veja como cada método compreende o processo de catarse e como ela é usada na terapia feita com hipnose.
O que é catarse?
Catarse tem sua origem na palavra “kátharsis”, que no grego significa purgação. Na medicina, ainda existem os chamados fármacos catárticos, que possuem potencial ação laxativa. Porém, foi o filósofo grego Aristóteles que atribuiu a principal definição ao termo, pois para ele, a catarse ou efeito catártico refere-se a eventos teatrais que buscavam promover “a cura coletiva”.
Na época, isso era possível porque as obras contavam com um protagonista que gerava uma identificação com o público. Ele sempre enfrentava um conflito interno e, com isso, acabava despertando a catarse (limpeza de emoções) no público que acompanhava a dramatização. Ocorria a purificação por meio da tragédia.
Embora o termo seja antigo e tenha sido usado amplamente em diferentes áreas, foi só no século XIX que a catarse foi considerada um método terapêutico. Isso graças a Breuer e Freud.
Joseph Breuer foi o responsável por identificar que a histeria de sua paciente poderia ser suavizada ao fazer com que ela relembrasse os traumas vividos. Esse caso ficou famoso e conhecido como Anna O.
Freud, que acompanhava o tratamento realizado por Breuer, passou a adotar a recondução de lembranças traumáticas de seus pacientes, com o uso de técnicas de hipnose. Quando esses momentos eram revividos e o sujeito descarregava a emoção ligada ao trauma, acontecia o que era entendido como catarse. A cura seria o resultado dessa liberação de emoções.
A retomada do momento traumático por meio da hipnose, além da requalificação e purificação, passou a ser chamada de ab-reação (ab = para fora, regierung = reação). Posteriormente, sabe-se que Freud deixou de usar catarse e hipnose.
Catarse na psicologia e na psicanálise
A catarse na psicologia constitui o processo de liberação de emoções e sentimentos reprimidos por meio de recursos semelhantes à ab-reação. Já na psicanálise, entende-se por catarse o processo que permite com que a consciência e as memórias recalcadas sejam trazidas à tona, visando fazer com que as emoções ligadas a elas sejam liberadas.
O método catártico na hipnose
Considerando que a catarse é a liberação de emoções que limitam a pessoa ou fazem com que ela desenvolva sintomas de ordem mental, o uso dela segue sendo aplicado em diversas terapias. É o que acontece, muitas vezes, em profissionais que atuam com hipnose. Para os hipnoterapeutas, a chamada a ab-reação ainda funciona como uma ferramenta bastante importante.
Nesse processo, o profissional realiza a regressão à origem do problema apresentado pelo cliente. Assim, provoca uma ab-reação ao realizar a condução do evento traumático e trabalhar na ressignificação, após a liberação da emoção.
Existem, ainda, algumas vertentes que pregam que é preciso ajudar a pessoa a voltar ao episódio de trauma. Depois disso, deve-se deixá-la colocar todo o sentimento para fora. Por exemplo, se esse trauma leva a uma agressividade, deve-se deixar a pessoa ter atos agressivos (que não necessariamente levem à agressão física, por exemplo) até que elimine todo esse sentimento de dentro de si.
Contudo, embora esse tipo de procedimento ainda seja usado, estudos sugerem que esse não é o melhor caminho. Um dos motivos para isso é que quando a pessoa, na tentativa de eliminar os sentimentos ruins, passa a ter atitudes agressivas, por exemplo. Assim, ao invés de melhorar, ela poderá passar a ter a agressividade como uma característica da sua personalidade.
O problema não é a liberação emocional por expressão, mas forçar a ab-reação sem acolhimento. Além disso, quando o tratamento é seguido dessa forma, o indivíduo não aprende a realizar uma gestão emocional. Ele apenas extravasa, o que pode fazer com que o tratamento proposto não seja duradouro.
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