Ao observar um fato, você vê o que realmente aconteceu ou coloca os seus “achismos” no meio da sua análise? Na maioria das vezes, o julgamento vem não do que ocorreu, mas sim que que imaginamos que tenha acontecido. Nesse contexto, a comunicação não-violenta visa uma abordagem “desarmada”.
A ideia é desligar a intenção de ataque e defesa e se relacionar com as demais pessoas fazendo com que a empatia seja uma ferramenta poderosa. O desafio é permitir que o outro mostre o que realmente sente, antes de tirarmos nossas próprias impressões, baseadas em algo que imaginamos e não no que realmente sabemos.
O que é comunicação não-violenta?
Trata-se de uma técnica de comunicação, que foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, que era orientador educacional. Na época, ele atuava em busca de eliminar a segregação. Para isso, decidiu elaborar esse método, chamado de comunicação não-violenta.
A ideia é fazer com que as pessoas consigam se comunicar de forma mais eficaz. Para isso, as frases simples do dia a dia precisam ter menos julgamentos, ordens e avaliações.
Para ficar mais fácil compreender, imagine, por exemplo, que você marcou uma reunião profissional e a pessoa chegou com meia hora de atraso. O que você vai pensar que aconteceu?
Muita gente iria imaginar que a pessoa não estaria se importando com o conteúdo da reunião ou que não leva nada a sério. Isso já faria com que existisse um pré-julgamento, que poderia resultar em um comentário ruim e até na quebra da parceria.
Frases como “você sempre chega atrasado” ou “você não se importa com nada e me deixou esperando meia hora” podem deixar o clima ruim. E isso tudo sendo que nem sempre a pessoa se atrasou porque quis.
Ela pode simplesmente ter tido um problema no carro ou ficado presa em um congestionamento. Imprevistos acontecem! Porém, devido a uma análise errada, a conversa começou ruim e a parceria pode até não acontecer.
Se todo mundo usasse a comunicação não violenta, isso não ocorreria. Afinal, ela orienta a ouvir o outro e a se colocar no lugar do outro, antes de concluir algo. Assim, as respostas aos estímulos da comunicação deixam de ser repetitivos e automáticos e passam a ser conscientes.
4 componentes da comunicação não-violenta
Há quatro componentes que precisam de atenção, para que a comunicação não-violenta seja desenvolvida. Conheça cada um deles!
Observar sem julgamentos
A primeira coisa é aprender a ver a situação sem julgar, pois só assim poderá saber o que realmente está ocorrendo. É preciso separar o que você acha que aconteceu do fato real. Para isso, questione os seus pensamentos: “Será que é realmente isso ou estou prejulgando?”.
Reconhecer sentimentos
Após observar o que aconteceu, sem julgar, é hora de entender o que aquele momento desperta em você. Quais emoções estão envolvidas. Medo? Raiva? Mágoa? Defina o que sente e permita se sentir vulnerável ao resolver o conflito entre o que sabe e o que você interpretou.
Reconhecer necessidades
Depois de saber quais são os sentimentos, identifique as necessidades ligadas a ele. Ao expressar suas necessidades será mais fácil atendê-las e, consequentemente, fazer uma análise pessoal.
Fazer pedidos específicos
Ao usar uma linguagem positiva e afirmativa, no lugar de frases vagas ou ambíguas, o pedido torna-se mais específico. Dessa forma, é mais fácil esclarecer o que se quer da outra pessoa.
Tudo isso ajuda a desenvolver o que é chamado de empatia, ou seja, a capacidade psicológica de se colocar no lugar do outro e sentir as suas dores.
Quem saber como praticar a comunicação não-violenta no dia a dia? Então leia este nosso outro artigo!