Na rotina do hipnoterapeuta, é possível que eventualmente surja demanda de atendimento para pessoas com DST e IST. Você conhece essas siglas que se referem à exposição sexual?
Embora o cliente nem sempre vá contar que possui uma doença ou infecção sexualmente transmissível, pode ser que ele procure o tratamento por consequências psicológicas.
Nesse sentido, existem DST e IST que não têm cura. No entanto, o tratamento existe e é cada vez mais acessível, apesar do número crescente de casos.
Existem ainda doenças que podem evoluir para um quadro de câncer. Nesses casos, além dos sintomas consequentes do agente causal, a pessoa precisa lidar com as suas angústias e aceitação.
É nesse momento que o terapeuta pode ajudar. O trabalho será no sentido de orientar e ajudar a pessoa a enfrentar o problema de saúde de uma forma mais amena. Por isso, conheça mais sobre DST e IST e veja como proceder em terapias que lidam com pacientes que vivem essa realidade.
DST e IST: entenda a diferença
Em resumo, a sigla DST significa Doenças Sexualmente Transmissíveis, enquanto ISP é a sigla para Infecções Sexualmente Transmissíveis.
A pergunta é: DST e IST são a mesma coisa? De acordo com o Ministério da saúde sim. O que antes era chamado de DST, hoje é tecnicamente denominado de IST.
“A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas”, diz o site oficial.
Contudo, há casos nos quais você poderá encontrar uma informações diferente. Segundo elas, IST é quando a pessoa possui o causador da doença sem manifestar os sinais clínicos. Já DST é quando o indivíduo já desenvolveu os sinais clínicos.
Porém, entre DST e IST, é possível que futuramente só encontremos a sigla IST por aí. Isso tende a acontecer uma vez que o Ministro da Saúde definiu o desuso da sigla DST entre os profissionais da área.
Conheça algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis
As siglas DST e IST referem-se às doenças que podem ser transmitidas por meio de contato ou relação sexual. A transmissão pode acontecer no sexo vaginal, anal e oral. É importante que saiba que a doença pode ser causada por vírus, bactérias ou outros microrganismos. A maioria delas pode ser evitada com o uso de camisinha feminina ou masculina.
Embora o HIV seja a IST mais popular, ela não é a única. Existem diversas infecções que podem ser transmitidas pelo contato sexual. Uma delas é o cancro mole.
A doença é causada por uma bactéria, chamada Haemophilus ducreyi. A transmissão acontece pela relação sexual sem proteção entre uma pessoa sem a bactéria e uma que possui o Haemophilus
A pessoa acometida pode notar a presença de feridas dolorosas nos órgãos genitais. Nesse sentido, apenas o médico pode prescrever o tratamento.
Já o HPV (Papilomavírus Humano) pode ser transmitido através da relação sexual ou contato de pele com pele. Do mesmo modo, isso é possível quando um dos parceiros tem o vírus e o outro não. Logo, a pessoa acometida pode apresentar verrugas genitais e no ânus. Em alguns casos, pode evoluir para câncer, principalmente uterino.
Existe também o HIV, que é causado por um retrovírus. Ele é transmitido de diversas formas como:
- sexo oral, vaginal ou anal sem camisinha;
- transfusão de sangue contaminado;
- compartilhamento de seringa;
- uso de instrumentos cortantes não esterilizados;
- via mãe infectada para o bebê durante a gestação, na hora do parto ou na amamentação.
Assim, o vírus pode acometer pessoas de qualquer idade e, quando se desenvolve, afeta o sistema imunológico. Ainda não há cura, e um dado preocupante é que, segundo espetas, campanhas ineficazes e moralismo podem ter levado ao aumento no número de casos entre jovens.
Como atender a uma pessoa com DST e IST
Caso uma pessoa chegue relatando que foi diagnosticada com DST e IST, é preciso ter cuidado ao abordá-la. A primeira coisa é recebê-la bem e não mostrar que ficou assustado ao saber sobre a doença.
É importante que você atenda o paciente da mesma forma que receberia outro cliente qualquer. Apesar de parecer óbvio, é sempre bom reforçar que não há nenhum risco em atender pacientes com IST.
Seja qual for a doença, cabe ao terapeuta ouvir com atenção, sem julgar. O cliente está se questionando e precisa de ajuda para lidar com o problema.
Além disso, é muito importante que o profissional procure estudar a IST. Dessa forma, é preciso estar certo de que está transmitindo as informações corretas.
O ideal é usar termos atualizados e condizentes com o que os profissionais da saúde usam. Isso facilitará o entendimento do cliente e pode evitar conflitos de informações.
Oriente o paciente
Primeiramente, é importante entender que o cliente pode chegar para o atendimento cheio de dúvidas, angústias e ansiedades. É isso que o hipnoterapeuta vai trabalhar.
Nesse sentido, caberá ao profissional orientar o cliente e indicar fontes de informações. Muitas vezes, a pessoa fica desesperada e lê tudo sobre o tema, mas encontra inverdades, principalmente na internet.
Muitas vezes, a suspeita ou o diagnóstico vêm acompanhados de uma carga muito grande de desinformação e preconceito.
Por isso, dê dicas de telefones oficiais, sites seguros e, caso o tratamento não tenha sido iniciado, reforce a importância de começar o quanto antes. Afinal, você poderá trabalhar a aceitação, mas nunca prescrever um medicamento.
A ideia é auxiliar os pacientes a conviver com a doença, aceitar os tratamentos e evitar quadros depressivos.
Por fim, o sigilo é essencial. O que o cliente contar durante a consulta não deve sair de lá. Exceto em casos nos quais o relato do seu quadro seja autorizado por ele, para fins de discussão científica.
Onde encontrar informações confiáveis sobre DST e IST?
Seja para a aquisição de conhecimento ou para a orientação de pacientes, é preciso saber onde se informar. Para ajudá-lo, vamos listar alguns sites que possuem conteúdo gratuito e cursos online sem custo. Dentre eles:
- Site do Ministério da Saúde: nele é possível encontrar informações sobre as mais variadas ISTs. O portal conta com conteúdo atualizado e segue práticas e recomendações de saúde internacionais;
- UNASUS: este site ligado ao Sistema Únicos de Saúde e oferece diversos cursos gratuitos a distância. Dentre eles, estão conteúdossobre DST e IST;
- Fiocruz: A Fundação Instituto Oswaldo Cruz é referência no desenvolvimento de projetos de pesquisa. No campus virtual da instituição, é possível encontrar alguns cursos gratuitos sobre a temática.
Caso ainda restem dúvidas, o telefone 136 está disponível para sanar dúvidas de pacientes e profissionais. Além disso, existe o chat do Disque Saúde.
Para saber mais sobre a ética em casos assim, conheça as práticas recomendadas para profissionais de hipnoterapia. Até a próxima!
Este artigo é baseado em uma aula ministrada ao vivo pelo terapeuta holístico Guilherme Biotto para os alunos dos cursos online do professor Alberto Dell’isola.