A hipnoterapia, que pode ser realizada por diversas áreas profissionais, como a medicina e a odontologia, eventualmente é confundida com a hipnose de rua. Para as pessoas só conhecem a técnica por terem visto uma apresentação na TV ou em filmes, esse tipo de confusão pode se tornar um problema.
Isso acontece porque, muitas vezes, as pessoas acabam acreditando que se procurarem um hipnoterapeuta serão submetidas a condições como a de comer uma cebola achando que é maçã ou imitar uma galinha, por exemplo. Como esse tipo de prática assusta e cria alguns mitos, é preciso ter cuidado.
Cabe ao profissional conseguir explicar as diferenças, gerar confiança e realizar a hipnose de rua de forma ética, para evitar transtornos aos participantes. Conheça mais sobre essa forma de apresentar as técnicas de hipnose.
O que é hipnose de rua?
Trata-se da hipnose realizada para o entretenimento e não para o tratamento. Nela, em qualquer local, o hipnotizador pode chamar voluntários que estão ao redor e promover algumas experiências com o uso da hipnose.
Quando bem executada, é tida como inofensiva, ou seja, se feita de forma ética terá como única finalidade o entretenimento. Contudo, para o hipnotizador, ela pode ser considerada um grande desafio, já que é realizada diante de todo tipo de público. Até porque os ambientes externos não costumam ter o silêncio adequado para uma concentração plena.
Qual a diferença entre hipnose de rua e terapia?
Em geral, a hipnose usada para a terapia é realizada em um consultório e visa ajudar a pessoa a superar traumas do seu passado ou alterar hábitos de vida, por exemplo. Para isso, pode fazer uso de diversas técnicas, como a ressignificação de acontecimentos. Por isso, a hipnoterapia pode ser usada para tratar:
- fobias;
- traumas;
- gagueira;
- vícios;
- depressão;
- síndrome do pânico;
- ansiedade e insônia, entre outras questões.
Já a hipnose de rua não é tratamento, mas um entretenimento. Para isso, conta com a presença de voluntários, que são escolhidos pelo profissional, por serem mais sugestionáveis ou não.
É um grande desafio para o profissional, visto que quem procura pelo atendimento individualizado já sabe o que busca. Na rua, a pessoa, às vezes, nem sabe o que é hipnose. Dessa forma, a hipnose de rua acaba sendo um bom treinamento para hipnotizadores iniciantes que precisam treinar. Para isso, é interessante abordar e hipnotizar várias pessoas.
Cuidados na hipnose de rua
É preciso ter bom senso na hora de criar a rotina. Além disso, não é indicado fazer regressão de idade ou de vidas passadas na rua. Porém, pode ser feita uma regressão de fala como, por exemplo, quando você tocar a testa do hipnotizado, a pessoa volta a se comportar como uma criança de 10 anos.
Além disso, é importante lembrar que a rua não é lugar de terapia. O profissional pode até dar uma presente hipnótico e ajudar a pessoa a atingir uma meta naquele momento, mas não é o adequado para cuidar de fobia ou depressão, por exemplo. Nesses casos, é preciso indicar que a pessoa procure uma sessão presencial em consultório ou online, como as que acontecem em tempos de quarentena.
Sem contar que a chance de ter uma reação positiva à hipnoterapia é rara quando é realizada na rua. Afinal, dificilmente a pessoa vai se sentir tão vontade em um ambiente como esse, pois não vai se sentir acolhida.
Outra questão importante é ter um bom senso em relação à segurança da rotina. Não é interessante optar por rotinas que dão pânico, como por exemplo, sentir que ele está em um incêndio. Também não deve ser incentivado algo que possa resultar em acidente como, por exemplo, a pessoa acreditar que é um lutador e correr o risco de agredir alguém.
Além disso, a rotina não pode ser vexatória, como por exemplo, fazer com que a pessoa ache que está nua. Esse tipo de prática não é aconselhável.
Ética na hipnose de rua
Seja no consultório ou na hipnose de rua, é preciso ter ética. Como dissemos, é necessário ter cuidado na abordagem do indivíduo que se propôs a participar e nunca colocá-lo em uma situação vexatória.
Outro ponto essencial é que o toque deve ser sempre evitado e só pode ser realizado se o hipnotizado consentir e se a ação for de extrema importância para a hipnose de rua. Menores de idade nunca devem ser convidados e, assim como acontece na hipnose clínica, o respeito deve ser a palavra-chave do procedimento, aliado ao bom senso.
Por fim, é necessário sempre lembrar que há diversas regras para a prática da hipnose no Brasil e elas devem ser seguidas também na hipnose de rua. Conheça!