Olhar pela janela do avião parece assustador? E entrar num elevador transparente? Outra situação: atravessar um viaduto com vários carros passando a toda velocidade por debaixo? Para quem tem medo de altura, estar em um lugar muito mais alto do que nossos pés conseguem tocar não é uma situação fácil de se encarar.
Nosso corpo nos ajuda a perceber onde estamos em relação ao ambiente. Funciona assim: o ouvido interno percebe a posição da cabeça, a gravidade e a aceleração. Os olhos identificam a distância dos objetos e o tamanho do local onde estamos. Já o toque nos ajuda no senso de equilíbrio.
Se um desses sistemas de alguma forma “falha”, ou seja, não consegue ser explorado, o senso de localização do próprio corpo no espaço diminui. E isso pode nos deixar incomodados. Mas o chamado medo de altura vai além de um simples incômodo.
Acrofobia é o nome
O nome científicio usado por psicólogos e terapeutas é acrofobia, de origem grega. “Acro” de alto e “fobia” de medo ou aversão.
Ter certo receio ao ficar em lugares altos é comum a qualquer pessoa, mas, para quem tem acrofobia, uma situação destas provoca medo excessivo, que pode parecer até irracional.
Pessoas que sofrem com essa fobia reagem com ataques de pânico, mesmo estando em locais seguros.
Quando se trata de fobia, o medo é exagerado, com potencial para prejudicar a vida da pessoa. Ou seja, quando a fobia passa a comprometer a saúde emocional e até mesmo a qualidade de vida, se torna uma fobia. Isso inclui ainda consequências sociais e profissionais.
Ao estar em um lugar alto, quem sofre desse medo exagerado de altura pode sentir:
- tonturas e vertigem;
- suor excessivo;
- coração acelerado;
- dores de cabeça
- Ou simplesmente se sentir paralisado, sem ação.
Causas para o medo de altura
Em geral, fobias costumam aparecer antes que a pessoa atinja os 30 anos de idade. Pode ter início na infância, adolescência ou nos primeiros anos da idade adulta. As causas podem estar relacionadas a alguma experiência estressante, um evento que tenha sido assustador ou traumático.
Isso acontece porque nosso cérebro tem áreas que armazenam situações passadas que nos remetem a perigo e morte. Se passamos por uma experiência assim uma vez e, depois de um tempo, experimentamos algo parecido, estas áreas cerebrais recuperam a memória estressante e o corpo reage de forma agitada.
Pesquisas mostram que fobias estão frequentemente ligadas à amígdala cerebral. Ela é capaz de liberar hormônios que passam a mensagem de “lutar” ou “fugir”, colocando o corpo e mente em intenso estado de alerta.
Veja alguns motivos que podem desencadear o medo de altura excessivo.
Traumas do passado
O medo de altura pode ser causado por experiências traumáticas vividas no passado e que envolvem queda e altura.
Na infância ou na adolescência, por exemplo, ao viver um trauma ou até observar uma reação exagerada de outra pessoa ao ser submetida a alturas elevadas, o medo pode persistir na vida adulta e se transformar na acrofobia.
Exposição a locais altos e desprotegidos
Algumas pessoas manifestam medo de altura ao estarem em locais altos e, principalmente, desprotegidos (sem cercas e grades de proteção, por exemplo).
Isso se dá tanto pelo medo de queda causada pela falsa sensação de que você não pode confiar no seu equilíbrio, como pelo medo de não se controlar e se atirar lá de cima.
Razões emocionais
Se negar ou se privar de ser livre, espontâneo e até impulsivo são alguns dos sentimentos que podem estar por trás do medo de altura.
Espetas afirmam que a acrofobia, entre outros medos, está relacionada à necessidade de desenvolver mais autoconfiança e aproveitar melhor o seu potencial.
Por isso, o medo de altura pode ter razões de fundo psicológico e emocional que ficam ocultos no inconsciente. Estes só podem ser descobertos, por exemplo, com terapia ou tratamento de regressão feito com hipnose clínica.
Como tratar medo de altura excessivo
A acrofobia está no ranking dos transtornos de ansiedade e, se não controlada, pode colocar em risco a vida de quem sofre.
Existem pessoas que levam a vida normalmente sem procurar um tratamento, por entenderem que apenas evitar a fonte do medo já a priva de passar por apuros.
No entanto, quando esses transtornos são graves, é necessário buscar ajuda. Em primeiro lugar é preciso ter a consciência do problema, o que ajuda e muito no diagnóstico.
Por ser um transtorno psicológico incapacitante, a acrofobia deve ser tratada por espetas. Isso pode evitar inclusive o desenvolvimento de outras doenças físicas e mentais, como a depressão.
Por isso, procurar um psiquiatra ou psicólogo é o passo indicado após o autoconhecimento do problema. Não existe um único tipo de tratamento que sirva para todos os casos, mas existem chances de cura.
A estratégia de tratamento é elaborada de forma individual e personalizada, atendendo às necessidades de cada pessoa.
Psicoterapia
Algumas abordagens terapêuticas têm mostrado resultados positivos no tratamento de transtornos de ansiedade. Um exemplo disso é a psicanálise e a terapia cognitivo-comportamental.
A escolha de uma dessas modalidades depende de vários aspectos, como os sintomas, o histórico clínico e o grau de evolução do problema.
As psicoterapias aplicam de técnicas e métodos psicológicos com um objetivo claro, do objetivo, que pode ser desde a solução de problemas e a modificação de comportamentos até a formação de novas concepções do indivíduo sobre si mesmo e o mundo.
Tratamento com hipnose (hipnoterapia)
Outra modalidade eficaz no tratamento clínico de fobias é a terapia com hipnose, também chamada de hipnoterapia.
Essa modalidade terapêutica tem início quando o hipnoterapeuta passa a entender as necessidades do paciente. A abordagem desse profissional utiliza técnicas hipnóticas para descobrir as causas, as memórias e os sentimentos relacionados ao medo de altura que, na maioria das vezes, podem estar a nível do inconsciente humano.
Durante as sessões, a hipnose leva o paciente a trabalhar mentalmente o enfrentamento das situações e ambientes que o levam ao descontrole, por meio de imagens mentais.
Em poucas sessões, a hipnoterapia é capaz de trazer benefícios à saúde e à autoestima ao contribuir na superação da acrofobia e de outros transtornos físicos e mentais.
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