Quem já parou para assistir a uma apresentação de hipnose de palco na TV, na internet ou ao vivo, provavelmente já viu o teste dos dedos magnéticos. Esse é um teste de suscetibilidade hipnótica, no qual as pessoas colocam os dois dedos indicadores um perto do outro. Depois disso, se concentram nas palavras do hipnotista e sentem os dedos serem “puxados”, um em direção ao outro, ficando grudados, como se fossem verdadeiros imãs.
Muitas vezes, o teste dos dedos magnéticos é transmitido para que aquele que esteja assistindo possa, de alguma forma, participar. Entretanto, também pode ser útil durante o atendimento de hipnose clínica para, por exemplo, identificar o engajamento do paciente.
Veja, neste artigo, o passo a passo do teste dos dedos magnéticos e descubra quando utilizá-lo com o seu cliente.
O que é um teste de suscetibilidade?
Os testes de suscetibilidade, popularmente conhecidos como “pseudo-hipnose”, são exercícios de concentração que não envolvem, necessariamente, a experiência do transe hipnótico, mas estão ligados a processos fisiológicos.
Explicando melhor o conceito de “pseudo-hipnose”, a palavra “pseudo” quer dizer “falso” ou “não verdadeiro”,
A palavra pseudo quer dizer “falso” ou “não verdadeiro”. Assim, a pseudo-hipnose é uma técnica que não se encaixa verdadeiramente como hipnose. O procedimento é baseado em um exercício de concentração ligado a processos fisiológicos.
A pseudo-hipnose é comumente usada na hipnose de palco para atrair as pessoas ao redor. É o que acontece, por exemplo, quando alguém é chamado da plateia e o profissional pede para que a pessoa entrelace os dedos. Depois disso, ela tenta descolá-lo sem sucesso.
O teste dos dedos magnéticos é outra possibilidade de atrair a atenção. Por isso, embora comumente seja usada na hipnose de palco, a pseudo-hipnose também pode ser útil durante o atendimento.
No geral, a o aplicar uma das técnicas de pseudo-hipnose, como o teste dos dedos magnéticos, o hipnoterapeuta consegue elevar as expectativas da pessoa que será submetida à hipnose. Isso ajuda a fazer com que ela acredite, ainda mais, no processo real, ou seja, pela técnica de hipnose adotada.
Isso sem contar que as técnicas de pseudo-hipnose também são úteis para que o hipnoterapeuta avalie o grau de suscetibilidade do cliente, bem como a resposta dele às sugestões dadas.
Como funciona o teste dos dedos magnéticos?
O teste dos dedos magnéticos pode ser o primeiro a ser feito pelo cliente. Você pode explicar para ele da seguinte maneira: “A hipnose funciona porque nossos pensamentos conseguem alterar a nossa percepção da realidade e, muitas vezes, até mesmo a nossa fisiologia. Às vezes, a gente nem está com fome, mas basta receber um convite para comer uma pizza que a fome chega”.
Na sequência, pergunte se o cliente quer fazer um exercício, para que ele perceba como o pensamento é capaz de alterar a fisiologia. Então, peça para que a pessoa feche as mãos e entrelace os dedos. Os polegares devem estar bem cruzados, para que fisiologicamente surja um fenômeno.
Mostre para o cliente como a mão deve estar fechada e, na sequência, diga: “agora que você está com os dedos entrelaçados, simplesmente suba os indicadores”. Ele deve permanecer com os dedos juntos.
Enquanto ele está com os dedos dessa maneira, aponte para um ponto qualquer desses dedos e diga: “imagine que esses dois dedos, na verdade, são dois imãs. Um dos dedos é o polo positivo e o outro o negativo, eles se atraem cada vez mais.”
Passe a dar sugestões e não fale mais a palavra dedo, apenas a palavra imã. Enquanto faz isso, avalie se a pessoa está realmente concentrada e a oriente a se concentrar nos ímãs, que eles vão se aproximar mais e mais. O objetivo desse exercício é identificar resistência e medo.
Depois, avise que em algum momento você vai tocar nos dedos da pessoa para tentar separá-los. Entretanto, o indivíduo deve apenas se concentrar na atração dos imãs, que aumenta mais.
Situação 1: paciente não se engaja
Se quando o hipnoterapeuta tocar no dedo a pessoa abri-lo, é porque ela está com um medo, mesmo sem perceber, de passar pelo processo terapêutico.
Se isso acontecer, pergunte o porquê ela se moveu. Se ela falar que não sabe, explique que não há risco na hipnose e que ela pode ficar tranquila.
Situação 2: paciente se engaja
Já se perceber que os dedos ficaram juntos porque o cliente internalizou a sugestão, é porque ele já se engajou com o processo. Finalize perguntando se a pessoa consegue perceber essa atração e como a mente influenciou no resultado.
Se o indivíduo fez o exercício e diz que os dedos estão colados, transforme o exercício analógico em binário. “E agora, eles vão ficar duas vezes mais colados”, diga.
Já se a pessoa estiver com o dedo colado a ponto do hipnoterapeuta não conseguir decolar, pergunte se ela consegue sentir a atração ou espere que o cliente diga que o dedo está colado antes de fazer o exercício binário. O teste foi um sucesso no momento em que a pessoa diz que a pessoa sente a atração.
Outras tentativas
Caso tudo esteja bem e o profissional consiga abrir os dedos do cliente, a pessoa pode fechar automaticamente. Isso pode ser fisiológico e, nesse caso, fale que os dedos atraem mais e mais. Afinal, ela ainda não internalizou a sugestão. Nesse caso, peça que ela imagine um elástico apertado amarrando os imãs. No geral, nesse momento, o cliente começa a ter uma resposta melhor. Viu como a pseudo-hipnose pode ser útil na rotina clínica? Veja alguns vídeos com testes que podem ser feitos em outro artigo aqui do blog.