A mente humana é tão sugestionável, que basta a pessoa ler uma informação para que passe até a sentir algo. É o que pode ser identificado ao percebermos o poder da bula sob o ser humano.
Isso porque quando um indivíduo faz uma pesquisa sobre um medicamento qualquer na internet, muitas vezes, ele acaba sentindo os sintomas descritos.
Isso acontece também, com frequência, desde que a pandemia começou. A pessoa tosse, por um simples engasgo. Mas na sequência, vê um alerta sobre os sintomas da Covid-19. Quando percebe, já começa a “sentir” outros sintomas, mesmo sem estar infectado. Embora não seja o poder da bula, é possível dizer que é a influência de uma sugestão.
Além disso, o medo de adoecer ficou tão grande depois que a pandemia começou, que a automedicação vem sendo um dos destaques desse período. Veja como a bula de remédio pode ser um bom exemplo de sugestão.
O poder da bula na hora de se medicar
Um estudo feito pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Farmácia (CFF), identificou que 77% das pessoas que moram no Brasil usaram alguma medicação nos últimos seis meses.
Os dados são ainda mais alarmantes quando a pesquisa notou que 47% delas costumam se automedicar todos os meses. Enquanto 25% se automedica todos os dias ou pelo menos uma vez na semana.
Outro dado curioso é que muitas pessoas são examinadas por um médico, recebem a prescrição feita por ele, mas não usa o medicamento como o profissional orientou. Graças ao poder da bula, essas pessoas alteram a posologia. Pelo menos foi o que 57% dos entrevistados disseram.
Esse índice é maior entre homens (60%) e entre pessoas de 16 a 24 anos (69%). Boa parte deles (37%) diminuiu a dose de no mínimo em um dos medicamentos prescritos. Os motivos para que fizessem isso foram, por exemplo:
- a sensação de que o medicamento poderia fazer mal;
- a ideia de que a doença já estaria controlada;
- o custo elevado do medicamento.
Para mostrar o poder da bula, daqueles que foram entrevistados pelo estudo, 22% relataram que tinham algum tipo de dúvida em relação às contra indicações que leram e também à quantidade indicada ou descrita na bula. Desses, um terço, ao invés de procurar esclarecer a dúvida, simplesmente parou de tomar a medicação prescrita após ler o informativo.
O poder da bula de remédio por meio do sugestionamento
Uma das principais maneiras de entender o quão sugestionável uma pessoa é, está na observação de como muitos se sentem após lerem as contra indicações de uma medicação. O poder da bula se apresenta, muitas vezes, em forma de manifestações clínicas.
Vamos supor, por exemplo, que o indivíduo foi ao médico e ele receitou um medicamento novo. A pessoa compra, toma e só depois vai ler a bula. Ela está bem até então, mas basta ler que dentre as reações adversas aquela medicação pode causar enjoo, para que se sinta enjoada.
Isso mostra o quão sugestionável um indivíduo pode ser. E é nessa capacidade que o cérebro tem de receber e internalizar informações que funcionam os tratamentos com hipnoterapia. No entanto, é preciso lembrar que a maneira como cada um recebe sugestões, não é igual.
É por isso que o tratamento com a hipnose deve ser individualizado. Afinal, algumas pessoas estão, naturalmente, mais abertas às sugestões. Já outras demoram um pouco mais para acreditarem no procedimento, ou seja, são menos sugestionáveis.
Dessa forma, requerem que o hipnoterapeuta as aborde com mais cautela e realize o pré-talk e as induções hipnóticas adequadas. Sem contar que, dependendo do caso, é possível que pela pessoa ser mais resistente às sugestões ela não consiga realizar a auto-hipnose.
A importância real da bula de remédio
Embora o poder da bula possa fazer com que a pessoa sinta efeitos adversos que, caso não a lesse, não sentiria, é fato que esse documento é muito importante. A bula é obrigatória! Ela funciona como uma grande fonte de informações para os pacientes e para os profissionais de saúde.
É nesse documento, elaborado pelo laboratório que fabricou a medicação, que informações como posologia ou reação adversa são elucidadas. Também é nele que possíveis contraindicações de interações medicamentosas são destacadas.
Assim, na prática, a bula do remédio se torna uma fonte de consulta confiável. Nela, o paciente pode sanar algumas dúvidas mais rapidamente. No entanto, é importante que antes de fazer qualquer alteração ele consulte o médico.
Assim como o poder da bula cria sugestões para o cérebro, esse órgão também pode ser afetado pela tecnologia. Veja como isso acontece.