Sabia que treinar o cérebro para gravar novas informações com mais facilidade é possível? Há o chamado aprendizado acelerado, que consiste em fazer o uso de técnicas que ajudarão você a gravar novas informações com mais facilidade, rapidez e menos esforço.
Assim, ficará mais fácil aprender um novo idioma, se preparar para a seleção do mestrado ou até terminar o doutorado, por exemplo. Afinal, quanto mais fácil é gravar as informações, melhor será o aproveitamento do seu estudo.
Veja dicas de como ativar o aprendizado acelerado e obter melhor resultado no dia a dia!
Desafios da aprendizagem: transitoriedade e curva do esquecimento
É chamada de transitoriedade o esquecimento que acontece, com todas as pessoas, devido ao tempo em que o evento aconteceu. Em suma, novas experiências vão sendo vividas e o passado, em partes, acaba sendo esquecido.
Para tentar compreender como isso acontece, o filósofo Hermann Ebbinghaus leu sobre métodos experimentais para o estudo da percepção sensorial e usou a própria memória para fazer uma pesquisa. Para isso, ele realizou experimento de transitoriedade ao buscar, em sua memória, por “sílabas absurdas”. Essas são cadeias de letras sem sentido que o estudioso tinha feito o possível para aprender. Em meio a esse teste, feito pelo próprio filósofo, ele notou que o esquecimento acontece, principalmente, em períodos recentes ao acontecimento. Depois disso, essa perda de memória diminui.
Posteriormente, esse “achado” foi comprovado em testes científicos e assim surgiu a curva do esquecimento. Em suma, a memória guarda detalhes do que acabou de acontecer agora. No entanto, pouco a pouco, esses detalhes são “deletados” do cérebro.
Além disso, o pouco que pode permanecer gravado está suscetível a interferências vindas de experiências posteriores. É nesse ponto que o que fica na memória é o “básico” do que foi vivido e, quando a pessoa tenta se lembrar de detalhes, ela precisa deduzir ou tentar adivinhar, para tornar a história mais completa.
Assim, a transitoriedade consiste na perda da lembrança de detalhes e reconstrução com base na descrição geral do que ocorreu. No entanto, é válido ressaltar que quando há um alto valor de atenção ao momento ou informação, as chances de arquivar mais informações exatas sobre o ocorrido são maiores. Nesse caso, quando a compreensão imediata está associada com a atenção, tanto a porção interna do lobo temporal e parte inferior do lobo frontal esquerdo participam com mais intensidade.
Desta forma, é possível dizer que quanto mais atenção se dá a um fato ou estudo, menos transitórias são as memórias sobre eles. Outro ponto importante é que quando a pessoa precisa gravar algo e consegue criar frases ou histórias com o conteúdo, que sejam associadas a fatos já conhecidos, a memorização também melhora.
4 segredos do aprendizado acelerado segundo a neurociência
Para ter um aprendizado acelerado é preciso preparar o seu organismo. Dormir bem, se alimentar direito e descansar fazem parte desse processo. Mas não é só isso. A neurociência também dá outras dicas para quem quer desenvolver o aprendizado acelerado. Confira!
Emoções atreladas ao estudo dão bons resultados
Quem quer ter um aprendizado acelerado precisa saber que a memorização é algo complexo e que não é só racional. Há a influência da chamada “valência emocional”. Em suma, quando o que está sendo estudado leva a um sentimento positivo como, por exemplo, a felicidade, o cérebro vai se recordar dela com mais facilidade futuramente.
É por isso que quando há um professor do colégio que conta piada ou faz associações engraçadas com o conteúdo da disciplina, parece que fica mais fácil gravar o que foi dito. Se a pessoa se sente bem e se diverte, o cérebro recorda mais facilmente.
Por outro lado, quando o aprendizado é ligado a algo relacionado à raiva ou tristeza, a chance de se esquecer logo aumenta muito. A pessoa terá uma aprendizagem de baixa qualidade.
Assim, quando estiver estudando, é importante ligar o momento a algo bom. Se for um estudo para a aprovação em um concurso público, por exemplo, a pessoa pode pensar nos benefícios que aquele momento pode trazer. Se for o caso, foque no salário mais alto que terá ao estudar. Isso ajudará no aprendizado acelerado e minimizará o esquecimento.
Atividade física também ajuda a aprender
Fazer atividade física, principalmente exercícios aeróbicos, ajuda o cérebro a funcionar melhor. Consequentemente, colabora para o aprendizado acelerado.
Isso acontece porque esse tipo de exercícios, além de ajudar o organismo a se manter equilibrado, o que colabora para o bom funcionamento do cérebro, também deixa a pessoa mais motivada. Além disso, combate ao estresse, algo que também prejudica o estudo. Por isso, quem quer ter um o aprendizado acelerado pode ficar em fazer exercícios como, por exemplo:
- natação;
- corrida;
- caminhada.
Descubra como você aprende melhor
O cérebro humano é muito complexo e já é sabido que não há uma única forma de aprender. Cada pessoa consegue memorizar o conteúdo, mais facilmente, de uma maneira. Enquanto umas precisam ler em voz alta, outras têm que escrever os pontos principais. Seja qual for o caso, é preciso encontrar a maneira com a qual você aproveita melhor a leitura. Afinal, não adianta insistir em métodos que não estão surtindo efeito.
Por exemplo, quem não foi levado a criar o hábito da leitura na primeira e segunda infância, provavelmente não aprenderá bem apenas lendo, quando for adulto. Assim, essas pessoas podem, por exemplo:
- gravar áudios;
- assistir a vídeos;
- desenhar mapas mentais.
Resumidamente, a dica é encontrar a maneira como a pessoa absorve melhor o conteúdo e focar nela na hora de estudar.
Elimine o que tira a atenção
Se há uma coisa que atrapalha o aprendizado acelerado é o que interrompe, inesperadamente, o estudo. Às vezes, a pessoa está concentrada e fazendo com que o cérebro entenda a importância daquilo. No entanto, quando uma nova notificação aparece no smartphone, por exemplo, toda essa atenção some. A pessoa pára de estudar para ler e conversar. Assim, o cérebro entende que o que estava sendo estudando não é tão relevante, ou seja, pode ser esquecido.
O problema é que, dessa forma, a pessoa tem que voltar ao mesmo conteúdo várias vezes. Com isso, acaba se cansando mais e pode perder o foco. Tudo isso prejudica a aprendizagem. Assim, para evitar problemas como esses, é indicado evitar tudo que possa distrair. Desligue o celular, a campainha e se tranque em um local silencioso para estudar.
3 exercícios para estimular o cérebro
Além de usar as dicas dadas pela neurociência para conquistar um aprendizado acelerado, é importante treinar o cérebro. Veja alguns exercícios simples que ajudarão nesse processo!
Use a mão contrária
Você é canhoto? Comece a aprender a escrever com a mão esquerda. É destro, escreva com a mão direita. Forçar o uso da mão contrária, seja para escrever, escovar os dentes ou cozinhar ajuda a estimular o cérebro.
Leia um texto por meio do espelho
Quando você faz isso, acaba precisando ler de trás pra frente. Assim, estimulará o seu cérebro a trabalhar e a executar essa atividade que, certamente, não é nada rotineira.
Em suma, ele terá que “aprender” uma nova maneira de realizar algo que faz com frequência.
Faça contas à moda antiga
Esqueça a calculadora e faça “contas de cabeça”. Tem dificuldade para isso? Tudo bem. Comece pegando um papel e uma caneta para calcular. Posteriormente, passe a fazer contas apenas pensando. O que acha de começar pela regra de três?
Quer ver outros exercícios como esses? Então veja nosso artigo que está cheio de dicas para turbinar o cérebro!