Hipnose no tratamento de doenças degenerativas: como funciona?

As doenças degenerativas não são reversíveis e comprometem as funções vitais do paciente. Normalmente, são tratadas com medicamentos que buscam inibir a degeneração de tecidos corporais. 

Contudo, em quadro mais avançados, resta apenas o tratamento paliativo, ou seja, o tratamento que visa dar mais qualidade de vida ao paciente e melhorar a forma como lida com os sintomas.

Nesse sentido, a realização de terapia e hipnoterapia podem auxiliar no tratamento, que visa dar mais conforto ao paciente. Conheça algumas aplicações possíveis. 

O que configura uma doença degenerativa?

As doenças degenerativas são aquelas que levam a uma lesão gradual e irreversível dos tecidos do corpo. No geral, elas são osteomusculares ou neurológicas. Como afetam células e tecidos, podem envolver e prejudicar o funcionamento do organismo como um todo, alterando, por exemplo:

  • vasos sanguíneos;
  • ossos;
  • visão;
  • órgãos internos;
  • cérebro.

Embora acredite-se que, na maioria das vezes, as doenças degenerativas estejam ligadas a fatores genéticos, a pessoa que têm uma vida sedentária ou má alimentação, por exemplo, pode, de alguma forma, desenvolver esse tipo de doença. 

3 doenças degenerativas que afetam o sistema nervoso

Dentre as doenças degenerativas existentes, as que afetam o sistema nervoso são as mais conhecidas. Conheça algumas delas e seus sintomas. 

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa, autoimune e crônica. As células de defesa do corpo da pessoa acometida passam a atacar o próprio sistema nervoso central. Com isso, acabam causando lesões na medula e no cérebro

Ainda não é conhecida a causa da esclerose múltipla, que acomete principalmente pessoas entre 20 e 40 anos de idade e, na maioria das vezes, mulheres. Não há cura. Dentre os sintomas que podem ser apresentados estão:

  • fadiga intensa;
  • depressão;
  • fraqueza muscular;
  • alteração da coordenação motora;
  • dores articulares;
  • disfunção intestinal;
  • disfunção da bexiga.

Parkinson

Essa doença neurodegenerativa crônica causa a diminuição de um neurotransmissor, que é chamado de dopamina. Ela atua na realização dos movimentos automáticos do corpo, ou seja, faz com que as pessoas não precisem pensar para movimentar um dedo ou uma perna. Todos os movimentos são feitos de forma automática.

Contudo, quando a presença da dopamina no organismo humano é reduzida, principalmente na substância negra (encéfalo), o indivíduo perde o controle motor. É por isso que o tremor é o sintoma mais conhecido da doença. 

A pessoa passa a ter tremores involuntários enquanto está em repouso (relaxado) como, por exemplo, quando as suas mãos estão paradas. Além disso, o tremor causado pelo parkinson é assimétrico, ou seja, é mais visível em um lado do corpo mas, com o tempo, pode afetar os dois. Por fim, o doente pode apresentar sintomas como:

  • rigidez nas articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo;
  • tremores de repouso;
  • desequilíbrio;
  • diminuição do olfato;
  • alterações intestinais;
  • alterações no sono.

Essa é uma das doenças degenerativas que está ligada ao envelhecimento, mas o motivo dessa deficiência na quantidade de dopamina acontecer ainda não foi definido pela ciência. O diagnóstico é baseado nos sintomas e em exames complementares como tomografia cerebral e ressonância magnética. Os tratamentos visam tentar impedir a evolução da doença.

Alzheimer

A doença de Alzheimer é fatal e tem a deterioração da memória e cognitiva como principais alterações notadas. Essa deterioração leva ao comprometimento da realização das atividades diárias, que inicialmente pareciam simples.

Com o desenvolver da doença, a pessoa passa a ter dificuldade de se orientar, esquece caminhos, esquece o que fez e até nomes e rostos de familiares. Além disso, pode apresentar sintomas como: 

  • perda da memória para acontecimentos recentes;
  • repetição da mesma história ou questionamento diversas vezes, sem perceber;
  • dificuldade para acompanhar conversas e resolver problemas;
  • dificuldade para dirigir automóvel e aprender novos caminhos;
  • esquecimento de palavras e dificuldade para se expressar;
  • irritabilidade e agressividade.

Embora a doença também esteja ligada ao envelhecimento, o motivo do desenvolvimento acontecer ainda não é totalmente definido. Acredita-se que tenha interferência da herança genética. 

O diagnóstico da doença de Alzheimer é por exclusão, já que não ainda existe um exame específico, em vida, que a diagnostique. O tratamento visa minimizar os sintomas e tentar impedir a progressão da degeneração. Assim como as outras doenças apresentadas aqui, também não há cura para essa.

Como a hipnose pode ajudar no tratamento dessas doenças? 

As doenças degenerativas não têm cura e o tratamento visa diminuir os sintomas e tentar impedir a progressão da degeneração. Para isso, além de medicamentos adequados, a indicação de terapia e hipnoterapia pode ser feita pelo médico.

Por meio da hipnose, é possível ajudar o paciente a se sentir mais confortável e amparado durante o tratamento e a progressão da enfermidade. Além disso, ela pode ajudar a pessoa a encontrar segurança emocional e a controlar a ansiedade, que pode ser provocada pelo diagnóstico dessas doenças.

Dessa forma, a hipnose pode trabalhar as alterações de comportamento, como as existentes em quadro de Alzheimer, e oferecer benefícios como:

  • incentivar atitudes positivas;
  • promover a autoestima e autoconfiança;
  • estimular a mudança de postura;
  • melhorar a interação social;
  • ajudar a compreender os problemas;
  • evitar os comportamentos negativos;
  • controlar a agressividade;
  • recuperar o controle emocional.

Além dos tratamentos das doenças degenerativas, a hipnose vem sendo, cada vez mais, usada nos tratamentos médicos. Ela ajuda, por exemplo, a aliviar a dor ou controlar e tratar fobias. Veja algumas aplicações e sua importância