Neurociência no esporte: como ela tem transformado a vida de atletas

É comum encontrar dados sobre novas técnicas em diversas modalidades esportivas, bem como sobre o investimento em tecnologia. Seja no piso ou na roupa do atleta, qualquer detalhe pode fazer a diferença. Mas não é só isso. A aplicação da neurociência no esporte também faz parte da rotina de atletas, preparadores físicos e médicos da área.

Afinal, quando o cérebro é compreendido de maneira mais assertiva, também é possível melhorar os índices. Sem contar que o uso da neurociência no esporte pode ajudar na motivação do atleta, na compreensão das necessidades individuais e até a melhorar a qualidade do treinamento.

É por isso que a neurociência no esporte faz parte da rotina de profissionais da área. Veja alguns exemplos de aplicação.

O que é neurociência?

A neurociência vem ganhando cada vez mais espaço em diferentes áreas. Afinal, é um campo importante para o desenvolvimento da saúde e do bem-estar. Afinal, a neurociência é um ramo da ciência que foca os seus estudos no sistema nervoso. Ele, por sua vez, é composto pelo:

  • cérebro;
  • medula espinhal;
  • nervos periféricos e suas ligações com a fisiologia do corpo humano.

Em suma, a neurociência visa descobrir como o cérebro comanda o restante do corpo e quais as alterações que ele provoca com cada comando. Por isso, a neurociência é muito ampla e estuda temas como, por exemplo: 

  • controle neural das funções vegetativas, sensoriais e motoras;
  • mecanismos de aprendizagem, memória e atenção;
  • comunicação, linguagem e emoção;
  • como o cérebro interfere no comportamento humano;
  • o que acontece com o cérebro em doenças como, por exemplo, o Alzheimer;
  • transtornos de saúde mental, como a ansiedade e depressão;
  • e mudanças no sistema nervoso central de acordo com o treino que o atleta recebe.

Neurociência no esporte: 3 exemplos de aplicação

É possível conquistar melhorias no rendimento esportivo, de acordo com a estimulação de funções cognitivas. E isso vem sendo aplicado há anos no esporte, para melhorar o rendimento de atletas das mais diferentes modalidades. Veja alguns exemplos! 

Definição das modalidades paraolímpicas

Atualmente, para definir se o atleta se encaixa ou não nas modalidades de bocha paralímpica e futebol para pessoas com paralisia cerebral, os especialistas fazem uma avaliação clínica. O critério é subjetivo e isso pode se tornar injusto, em alguns casos, visto que não é possível determinar com exatidão e é considerada a interpretação do avaliador.

Nesse caso, a neurociência vem sendo estudada para deixar esse processo mais justo e assertivo. Pesquisadores buscam desenvolver tecnologias que permitam tornar essa classificação mais precisa.

Afinal, por meio da neurociência pode se tornar possível compreender como as deficiências atuam no sistema nervoso. Assim, a partir disso se tornará possível estabelecer padrões de classificação de atletas, bem como propor melhorias nos treinos desses indivíduos, baseados em suas condições neurológicas. 

Melhora no desempenho de atletas com lesões no Sistema Nervoso Central

Além de uma classificação de atletas paralímpicos mais justa, a neurociência no esporte colabora também para melhorar o desempenho. Isso é ainda mais nítido para casos nos quais o atleta tem lesões no Sistema Nervoso Central.

Graças ao estudo, é possível acompanhar o padrão ocular dos atletas em esportes de precisão. Também torna-se viável elaborar realidades virtuais que colaborem para a otimização dos treinamentos.

Conhecimentos cognitivos no treinamento de atletas

Em um evento de vôlei, por exemplo, o atleta pode ser levado a tomar até 6 mil decisões. É fato que quem toma as melhores decisões tem mais sucesso dentro de quadra. Mas para que o atleta tenha esse controle e saiba o que é melhor, ou seja, esteja preparado para tomar uma decisão rápida e eficiente é preciso:

  • ter atenção, que pode ser desenvolvida por meio da auto-hipnose;
  • entender o estímulo mais relevante;
  • controlar a impulsividade;
  • desenvolver a flexibilidade cognitiva. 

Ao conhecer como o cérebro funciona, por meio da neurologia no esporte, é possível trabalhar essas qualificações nos atletas. Assim, profissionais de ponta, por exemplo, conseguem ter um desempenho ainda melhor graças à ajuda da neurociência. 

Assim como a neurociência, a auto-hipnose também pode ser usada para melhorar a performance nos esportes. Veja como.