Preconceitos: por que depressão e ansiedade atingem discriminados e discriminadores

Os preconceitos fazem parte da sociedade, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. E eles levam à discriminação por cor da pele, pela etnia, entre muitos outros aspectos. Embora muitos acreditam que esse tipo de violência social só acomete adultos, na verdade, crianças também sofrem com a discriminação.

Um estudo feito nos Estados Unidos e publicado pelo Jornal da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente, percebeu que crianças negras e pardas têm 3,5 vezes mais chances de serem penalizadas e castigadas nas escolas norte-americanas do que as brancas. Os dados foram obtidos ao serem analisadas 11.875 crianças entre 9 e 10 anos em diferentes localidades. Para os pesquisadores, essa disparidade de números está relacionada com os preconceitos individuais e o racismo sistêmico nos EUA. 

Quem sofre com a violência social acaba se tornando mais suscetível a quadros de ansiedade e de depressão. Veja como isso funciona e como a hipnose pode ajudar a tratar as vítimas. 

O que são preconceitos e discriminação?

A palavra preconceito vem de “pré”, que significa “que antecede” e de conceito, que se refere ao juízo. Assim, preconceito pode ser compreendido como uma ideia, opinião ou julgamento feito a algo que a pessoa não conhece, mas que julga

É quando, por exemplo, a pessoa olha para algo ou alguém que não conhece e já julga como ruim ou inadequado. Assim, quem olha para um indivíduo, que não sabe quem é, e o julga antes de conhecê-lo está sendo preconceituoso. Qualquer maneira de demonstração dos preconceitos prejudica o desenvolvimento de uma sociedade igualitária e justa. Além disso, é o preconceito que dá origem à discriminação. 

Embora essas duas palavras, preconceito e discriminação, comumente sejam confundidas, elas têm significado diferente. Enquanto o preconceito é o julgamento, a discriminação é o ato de tratar diferente. É quando, por exemplo, uma pessoa ganha menos por ser mulher ou um grupo de alunos é mais castigado devido à cor da sua pele. Assim, quando há discriminação, não há igualdade.

9 tipos de preconceitos na sociedade

Os preconceitos podem ser encontrados em qualquer ambiente e ocorrem a todo momento. Muitas vezes, eles são tão inseridos na sociedade que já são visualizados, por muitos, como “normais”. Dentre os mais comumente encontrados estão:

  1. Racismo: trata-se do preconceito contra negros e índios;
  2. Sexismo, machismo e misoginia: quando uma mulher é tratada de forma diferente ou inferiorizada apenas pelo fato de ela ser uma mulher. Isso desde no dia a dia, como na hora de não oferecer uma promoção, ou pagar um salário mais baixo, até em casos de violência como feminicídio, estupro ou violência domestica;
  3. Intolerância religiosa: preconceito relacionado à religião ou crenças;
  4. Xenofobia: refere-se ao preconceito relacionado ao local no qual a pessoa nasceu ou vive, ou seja, quando alguém é inferiorizado por ter nascido em determinada região ou cidade;
  5. Gordofobia ou estético: quando a pessoa julga a outra por estar acima do peso ou por ter uma fisionomia fora do padrão;
  6. Lgbtfobia: refere-se ao preconceito relacionado à orientação sexual. Muitas vezes, leva a atos discriminatórios e violentos, como assassinatos de casais homoafetivos, por exemplo.
  7. Idadismo: relacionado à idade, ou seja, o preconceito contra idosos, e ao julgamento de que a pessoa é incapaz por ser mais velha;
  8. Preconceito contra pessoas com deficiência: pode ser em relação à deficiência cognitiva ou física. 
  9. Classismo: preconceito por origem social, ou seja, a pessoa é julgada de forma diferente de acordo com a sua condição financeira.

Estudos mostram por que o preconceito faz mal à saúde

Os preconceitos geram danos às vítimas. De acordo com um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), quem sofre algum tipo de discriminação tem quatro vezes mais chances de desenvolver ansiedade ou depressão. Isso é desencadeado pela constante liberação de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse.

Quando essa substância está em excesso, além de predispor a pessoa a um quadro de ansiedade e depressão, ela também aumenta as chances do desenvolvimento de hipertensão arterial. O estudo ainda mostrou que assim como a vítima, o agressor também sofre essa ampliação do estresse enquanto pratica a ação.

O preconceito afeta a saúde também na hora de procurar um médico para buscar um diagnóstico de uma doença. É o que acontece, por exemplo, quando um homem se recusa a fazer um exame de toque retal, que pode diagnosticar o câncer de próstata precocemente, por achar que isso não é coisa de “macho”.

Hipnoterapia para aliviar ansiedade e tratar depressão

Tanto a ansiedade quanto a depressão, sejam eles resultantes dos preconceitos sofridos ou não, normalmente requerem tratamento medicamentoso e psicoterápico. No geral, as pessoas sofrem com a insônia, baixa autoestima, tendência ao isolamento social e, no caso da depressão, podem ter até pensamentos suicidas. 

Por isso, o tratamento com medicamentos é quase sempre adotado, e a hipnoterapia também pode colaborar com o tratamento. Ela se torna uma aliada no processo de recuperação, pois ajudará a pessoa a:

  • entrar em um estado de relaxamento;
  • desenvolver o autocontrole;
  • mudar a maneira como lida com os problemas;
  • buscar o autoconhecimento com a ajuda de um profissional treinado;
  • trabalhar a autoestima;
  • obter mais qualidade de vida.

Dessa maneira, a pessoa passa a ter ações diferentes quando exposta a situações que representem um problema como, por exemplo, quando é vítima de preconceitos ou discriminação.

Além disso, a hipnoterapia também pode colaborar na ressignificação de traumas vividos, que tenham dado origem ao quadro de ansiedade ou depressão. Além da hipnose, há outras ações que ajudam a controlar a ansiedade. Veja quais são elas.