O Brasil tem mais de 28 milhões de idosos, número que representa 13% da população. Essa população, com mais de 65 anos de idade, tende a crescer ainda mais segundo a Projeção da População, divulgada pelo IBGE. Ao mesmo tempo, é preciso oferecer tratamentos e cuidados específicos, que possibilitem um envelhecimento saudável para essa parte da população. Além de cuidados especializados de saúde, a mente precisa ser tratada por meio da terapia feita em idosos.
Nesse sentido, essa área de atuação é uma demanda para terapeutas e hipnoterapeutas, desde que tenham conhecimento para isso. O cliente que está nessa fase da vida precisa de cuidados especiais e o profissional deve estar pronto para atendê-lo.
Conheça as particularidades de trabalhar com a terceira idade e adequações que precisam ser feitas na terapia feita em idosos.
Terapia feita em idosos: o que preciso saber?
A terceira idade chega acompanhada de diversos desafios, como as dificuldades de mobilidade e as doenças da mente. Nessa fase da vida é frequente que o cliente se queixe de insônia ou tenha oscilação no humor.
Além disso, casos de demência, depressão, tristeza, falta de memória, síndrome do pânico, entre outros, são frequentemente relatados ou diagnosticados nesse grupo de pacientes. Com essas mudanças, vem a alteração de comportamento e esta pode ser trabalhada com a terapia.
Alterações de rotina indicadas pelo terapeuta
O terapeuta poderá ajudar o idoso a alterar um comportamento e melhorar a qualidade de vida. Em casos de tristeza, por exemplo, é possível encorajá-lo a realizar atividades simples, como cuidar das plantas, dos animais ou ajudar a fazer almoço.
Em situações de mau humor, visitar pessoas queridas, reuniões sociais, bem como caminhar ao ar livre são alternativas. Todas elas, podem ser indicadas durante a terapia feita em idosos.
Há também circunstâncias nas quais a queixa é de insônia, algo comum em pessoas com demência, por exemplo. Nesses casos, durante o tratamento é indicado incentivar a pessoa a se movimentar durante o dia e evitar cochilos. Além disso, alterações na rotina, como ir ao banheiro antes de deitar, evita que a pessoa acorde no meio da noite e não consiga dormir novamente.
Outro exemplo é o de confusão mental e agitação noturna. Essas situações podem ser minimizadas com a colocação de um abajur perto da cama. Isso ajuda o idoso a se localizar.
Esses são apenas alguns dos quadros que o cliente pode apresentar. Dessa forma, é possível notar que para trabalhar com terapia feita em idosos é preciso entendê-lo como um todo. Conhecer os desafios da idade e as doenças que podem acometê-lo é essencial para atendê-lo de forma mais humana.
Por isso, o terapeuta precisa estar sempre atento para identificar o que fez com que o idoso mudasse o comportamento. Ao mesmo tempo que pode ter apenas uma motivação mental, pode ser consequente de algo físico ou fisiológico. Nesse sentido, a abordagem deverá ser completa e o conhecimento de um possível diagnóstico médico é de extrema importância para atender bem.
Desafios na rotina de trabalho de um terapeuta
Um profissional que quer trabalhar com terapia feita em idosos precisa estar preparado para:
- compreender o processo de envelhecimento;
- pesquisar sobre as limitações do cliente;
- conhecer as alterações comportamentais que as doenças comuns da terceira idade podem trazer;
- estar em constante aperfeiçoamento.
Alguns cuidados ao trabalhar com pessoas da terceira idade
O profissional que quer trabalhar com idosos precisa preparar o espaço e a equipe. Além disso, deve ter alguns cuidados na forma como interagem e se conecta ao cliente. Confira algumas dicas de cuidados que são importantes.
Adapte os espaços
Quando o foco é trabalhar com a terceira idade, é preciso lembrar que o espaço deve ser adaptado. Caso atenda em um prédio, por exemplo, é muito importante que ele possua elevador. Assim, se o cliente tiver dificuldade de locomoção não terá problemas de chegar até a sua sala.
No caso de rampas, é necessário que possua corrimão para que a pessoa se apoie. Já na recepção, evite móveis no meio do caminho, assim, evita-se que a pessoa esbarre e se desequilibre.
Isso vale também para objetos de decoração, como vasos, que de preferência devem estar em cantos, longe do local no qual o cliente transita. Sem contar que tapetes não devem ser colocados, uma vez que podem ocasionar acidentes.
Por isso, tanto na sala de espera quanto na de atendimento, escolha móveis confortáveis.
Lembre-se também de adaptar o banheiro. A barra de apoio perto do vaso sanitário ajuda a pessoas com mais dificuldade de locomoção.
Treine a equipe para atender esse público
Caso trabalhe com um atendente, por exemplo, é preciso que a pessoa saiba lidar com clientes da melhor idade. Ter paciência e repetir informações pausadamente são fatores primordiais para atender bem. Além disso, é preciso usar um vocabulário simples.
A pessoa também deve estar preparada para lidar com alterações de humor, casos de esquecimentos, entre outros. Gentileza e sorriso no rosto são ainda mais importantes com esse público.
Ainda pensando em atendimento, caso precise entregar algum formulário ou orientação por escrito, é indicado fazer a impressão em letras maiores. Isso facilitará o entendimento de pessoas que possam ter alguma dificuldade de visão. Além disso, vai evitar que a pessoa se irrite por não conseguir compreender.
Trabalhe o encantamento
Muitas vezes, a rotina de consultas gera desânimo ou apatia do cliente. Dessa forma, considere ter um cuidado ainda maior com a comunicação.
Ligar para saber se a pessoa está bem ou para lembrá-la do horário do atendimento são cuidados simples que agregam muito
Alguns detalhes na recepção também ajudam a fazer com que a pessoa se sinta mais acolhida. Oferecer chá, água, bolacha salgada, por exemplo, quando a pessoa chega, é uma forma de acolher. O próprio atendente pode ajudar com isso.
De forma geral, o atendimento para a terceira idade, seja ele na terapia feita em idosos ou não, precisa ser mais acolhedor. O idoso precisa ver no profissional um amigo.
Comunicação com a pessoa idosa
A comunicação é muito importante para a condução terapêutica, pois, por meio dela, são obtidas as informações necessárias. Porém, com o tempo, as capacidades sensório-perceptivas diminuem e podem afetar a comunicação de pessoas na terceira idade. Os pacientes passam a ter maior dificuldade de receber e tratar a informação. Quando isso não é trabalhado, o indivíduo tende a se isolar.
Alguns cuidados
Dessa forma, até durante a terapia é preciso ter atenção. Alguns cuidados podem facilitar a comunicação com pessoas idosas. Dentre eles:
- usar frases curtas e objetivas;
- sempre perguntar se a pessoa compreendeu o que foi dito;
- perguntar uma coisa por vez e esperar a resposta, antes de fazer mais uma pergunta;
- usar uma linguagem clara, sem termos técnicos;
- considerar que a pessoa sabe responder, dessa forma perguntar primeiro para o idoso sempre e não para o acompanhante;
- não interromper a pessoa enquanto ela tenta explicar algo.
Dificuldade de audição
Ao atender uma pessoa na terceira idade, é preciso lembrar também que o declínio da audição é comum. Quando isso acontece, há a diminuição na compreensão de fala, o que pode dificultar um pouco a comunicação.
Nesses casos, algumas medidas podem facilitar a comunicação como:
- evite locais com barulho, mesmo que seja música suave;
- fale pausadamente e pronuncie as palavras com clareza;
- caso seja necessário, aumente o tom de voz;
- fale de forma que a pessoa veja os lábios, para que ela possa fazer leitura labial.
Seguindo essas dicas, é possível estabelecer uma relação harmônica entre o terapeuta e o paciente no momento da terapia. Melhore ainda mais esse atendimento ao compreender as desordens mentais comuns em idosos e descobrir como a hipnose pode ajudar.