Basta navegar por qualquer rede social que certamente verá pessoas relatando que estão com algum transtorno mental. Uma delas foi o rapper americano Kanye West que, depois de criticar Kim Kardashian online, se desculpou e disse que estava passando por uma crise de transtorno afetivo bipolar.
Embora boa parte dessas pessoas esteja passando pelo estresse causado pela pandemia, no caso de Kanye West o diagnóstico de bipolaridade veio antes. No entanto, foi no final de julho de 2020 que a crise se manifestou, enquanto o rapper estava em isolamento social.
E este não foi um caso único. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já fez um alerta, no mês de maio, sobre a importância de dar uma atenção maior à saúde mental neste período.
Além da solidão, trazida pela pandemia de coronavírus, as pessoas estão tendo que enfrentar o luto, o medo de ser infectado e até a dificuldade econômica. Tudo isso pode servir como gatilho para o desencadeamento de transtornos mentais como a ansiedade, a depressão ou até a bipolaridade. Conheça mais sobre a doença e os seus possíveis tratamentos!
O que é o transtorno afetivo bipolar?
Provavelmente, se você perguntar para uma pessoa qualquer o que é bipolaridade, ela vai dizer que é quando a pessoa oscila entre uma tristeza profunda e felicidade em pouco tempo. E, de uma forma simples, é mais ou menos o que ocorre.
No entanto, embora a doença cause essa variação entre um estado depressivo e eufórico, ela não se limita a essa alteração. Além disso, esse estado de euforia não está ligado à felicidade. Pelo contrário, o indivíduo se apresenta inquieto, irritado e acelerado.
Desta forma, é possível dizer que o transtorno afetivo bipolar é um distúrbio mental, que tem a alternância como sua principal marca. Contudo, também pode contar com fases assintomáticas e com crises esporádicas, de intensidades diferentes.
Quais os sintomas e causas mais comuns?
O transtorno afetivo bipolar pode ser diagnosticado em homens e mulheres de qualquer idade. Entretanto, a pessoa costuma apresentar os primeiros sinais quando tem entre 20 e 40 anos de idade. Embora a causa da doença ainda não seja conhecida, acredita-se que a sua origem tenha ligação com a produção de neurotransmissores e alterações em áreas do cérebro.
No começo, a doença costuma se apresentar com uma fase de mania, que tem início de repente e dura entre 2 semanas e cinco meses. Uma vez que o indivíduo tenha esse primeiro episódio, quase sempre ele voltará a ter outro em alguma fase da vida. No geral, essas pessoas apresentam sintomas como:
- euforia intensa;
- aumento de energia;
- agitação;
- inquietação;
- mania de grandeza;
- passa a dormir menos;
- agressividade;
- delírios e alucinações.
Além dessa fase eufórica, denominada de mania, o indivíduo que sofre com transtorno afetivo bipolar também passa por fases depressivas, que podem durar até um ano. Nesse caso, apresentam sintomas como, por exemplo:
- apatia;
- desinteresse por atividades cotidianas e até por momentos de lazer;
- isolamento social;
- alterações no sono;
- alterações de apetite;
- sentimento de culpa;
- redução da libido;
- pensamentos suicidas.
4 tratamentos possíveis para a bipolaridade
O tratamento de transtorno afetivo bipolar é medicamentoso, com apoio da psicoterapia. Além disso, para ajudar a conviver com a doença, que não tem cura, muitas vezes são indicadas algumas mudanças de rotina. Confira abaixo.
Medicamentos
No geral, os psiquiatras costumam prescrever antipsicóticos e fármacos que atuem no combate a quadros de ansiedade. A administração de drogas antidepressivas também pode ser usada.
Mudanças no estilo de vida
Uma vez que o indivíduo é diagnosticado com bipolaridade, é possível que ele seja orientado a mudar o estilo de vida. Uma dessas alterações é quanto ao que ingere. Substâncias psicoativas, como a cafeína, álcool ou drogas ilícitas, não devem ser usadas. Além disso, é indicado:
- adotar hábitos saudáveis de alimentação;
- ter boas noites de sono;
- evitar situações de estresse;
- praticar exercícios físicos.
Psicoterapia
A psicoterapia também é um recurso importante no tratamento do transtorno afetivo bipolar. Afinal, ela ajuda o doente a superar as alterações de humor e de sentimentos. Além disso, por meio dela, é possível trabalhar para evitar novas crises ou melhorar, quando a pessoa se encontra em um estágio depressivo.
Hipnoterapia
Por meio da hipnoterapia, é possível pesquisar e identificar os gatilhos que fazem com que uma pessoa tenha um episódio de euforia ou depressão. Ao conhecer isso, o paciente pode tentar evitar o que desencadeia os sinais da bipolaridade.
Além disso, a hipnoterapia também pode auxiliar a pessoa a conquistar o autocontrole. Também é interessante para aprender a buscar pelo relaxamento, em quadros de ansiedade extrema. Para esses casos, uma alternativa é aprender as técnicas de auto-hipnose. Quer aprendê-la? Conheça, agora mesmo, o nosso curso online sobre auto-hipnose!