A Organização Mundial da Saúde classifica o Brasil como o país mais ansioso do mundo. Estima-se que 8,6 milhões de brasileiros sofram com esse transtorno, que pode causar diferentes alterações em seus hábitos diários e, dentre eles, o comportamento repetitivo.
É bem possível que você sofra com isso ou conheça alguém que, por ansiedade, roa as unhas ou morda as bochechas sem parar. Esses são alguns dos comportamentos repetitivos que podem ser consequentes da ansiedade.
Essas alterações têm tratamento, que pode ser desde o uso de medicamentos, até por meio de terapias, associadas à hipnose. Saiba mais, entenda o que é o comportamento repetitivo e como tratá-lo.
O que caracteriza um comportamento repetitivo?
Em geral, quando uma pessoa está ansiosa, ela começa a apresentar um comportamento repetitivo, nota e tenta parar. Contudo, logo na sequência, volta a realizar a mesma ação. Enquanto ela não se acalma ou controla a ansiedade, pode apresentar esse comportamento repetitivo várias vezes ao dia.
Quem rói unhas, por exemplo, às vezes chega a ficar com os dedos feridos de tanto mastigá-los. O mesmo acontece com pessoas que mordem a bochecha ou a própria língua, cutucam a pele ou arrancam os cabelos, por exemplo.
Quando isso acontece ou quando os movimentos estão atrapalhando as atividades diárias, é muito importante que a pessoa procure um tratamento. Afinal, esse transtorno de comportamento é ativado, muitas vezes, de forma automática, ou seja, a pessoa faz sem pensar.
Contudo, há outros indivíduos que têm certa consciência das atitudes, mas não conseguem evitá-las. Dessa forma, é necessário controlar a ansiedade para evitar lesões.
Qual a diferença entre comportamento repetitivo e compulsão?
O Transtorno Obsessivo Compulsivo tem como característica as crises de pensamentos obsessivos. São esses pensamentos que levam a pessoa a realizar o comportamento.
Há casos, por exemplo, em que a pessoa tem muito medo de contaminação bacteriana. Por isso, ela começa a higienizar tudo e evita tocar em maçanetas, corrimão, entre outros objetos. O comportamento repetitivo acontece porque ela teve um pensamento, que fez com que ficasse com receio da contaminação.
Já no caso das pessoas que apresentam o comportamento repetitivo como consequência de um quadro de ansiedade, ele começa sem que a pessoa perceba. Além disso, o movimento feito, como o de roer unhas, por exemplo, não resolve o problema da pessoa, enquanto o ato de higienizar tudo “resolve”.
Resumidamente, podemos dizer que o comportamento compulsivo vem de um pensamento e de uma tentativa de resolver um problema. Já o repetitivo acontece automaticamente e não leva a nenhuma solução, a não ser dar a sensação de relaxamento.
Como tratar esse transtorno com hipnose
O comportamento repetitivo de quem tem a ansiedade como fator desencadeante pode ser tratado com medicamentos e terapia cognitivo-comportamental. Os medicamentos podem ser prescritos por um médico psiquiatra e podem ser usados associados à terapia. Essa, por sua vez, ajudará a pessoa a:
- ter mais consciência do que está fazendo;
- encontrar o motivo desse comportamento está sendo ativado;
- encontrar alternativas para que, ao invés de recorrer ao comportamento repetitivo, a pessoa realize outra atividade.
Junto à terapia cognitivo-comportamental é possível usar técnicas de hipnose durante o tratamento, que é capaz de atuar em níveis cognitivos mais profundos e ajudar a mudar esses comportamentos inconscientes.
Dessa forma, torna-se uma importante ferramenta no tratamento e atua como complementar à terapia cognitivo-comportamental. Por isso, ela é usada para:
- controle da dor;
- mudança de hábitos;
- controlar a ansiedade;
- adquirir autoconfiança.
Dessa forma, o tratamento com a hipnose auxilia o indivíduo a identificar, de maneira mais eficiente, o que está fazendo com que ele fique ansioso. Além disso, permite que ele encontre os gatilhos, que fazem com que ele tenha o comportamento repetitivo, de forma mais rápida e assertiva.
Assim, torna-se possível realizar um tratamento eficiente e atingir um bom resultado em menos tempo. A hipnose também possibilita que o cliente ressignifique traumas vividos, até mesmo na infância, e que possam estar influenciando em suas crises de ansiedade atuais.
Isso é possível porque, por meio dela, é possível acessar crenças, lembranças e pensamentos. Assim, a pessoa poderá reestruturar as ideias e ter uma percepção diferente de sua realidade.
Além de tratar o comportamento repetitivo, a hipnose e a terapia cognitivo-comportamental também podem ser usadas juntas em outros casos. Saiba mais e descubra como esses dois tratamentos, quando realizados juntos, podem ser eficientes!