A hipnose é um procedimento que pode ser utilizado no auxílio de diversas desordens mentais. Entre elas, podemos destacar a síndrome do pânico e a crise de ansiedade. Além disso, a hipnose pode ser aplicada até como suporte para pacientes em tratamentos mais agressivos como a quimioterapia. Seja qual for o uso, é preciso seguir uma conduta ética na hipnoterapia.
A prática clínica requer conhecimento, respeito, sigilo e discernimento. É preciso saber oferecer suporte ao cliente e, ao mesmo tempo, respeitar o tratamento médico que é realizado.
Por isso, vamos entender as principais questões éticas na prática clínica da hipnose. Continue a leitura!
Ética x moral: entenda as diferenças
A primeira coisa que é preciso conhecer, antes de entender as normas éticas da hipnoterapia, é a diferença entre ética e moral. Embora, muitas vezes, essas palavras sejam usadas como sinônimos, elas possuem um significado diferente.
A palavra “ética” é originada do grego ethos, que significa refúgio, habitat, moradia. No mundo da filosofia ela pode ser entendida como “índole” e “caráter”.
De uma forma geral, é possível afirmar que a ética estuda os valores morais, que servem como orientação social. Já a palavra “moral” tem origem do latim mores, que quer dizer “costume”.
Então, a moral é aquilo que a sociedade faz por questões culturais e que acabou se tornando aceito como verdadeiro. É um padrão de regras que foi determinado, naturalmente, pela própria sociedade.
Assim, pode-se concluir que moral é o costume e ética é a reflexão sobre o modo com o qual a pessoa age.
Ética na hipnoterapia
A conduta sobre a hipnoterapia no Brasil deve ser baseada em um código de ética. Cabe ao profissional, a responsabilidade de praticar a hipnose clínica, de forma respeitosa e eficiente ao cliente.
Para isso, o código de ética determina regras. Elas caberão tanto para o momento da prática da hipnose, quanto para a publicação de dados sobre determinado caso.
Direito ao sigilo
Um dos principais pontos da conduta ética na prática da hipnose é o sigilo. O que é feito durante o procedimento ou o que o cliente revela para o profissional deve ser guardado em segredo.
Caso queira publicar o resultado de um tratamento, é preciso ter autorização por escrito do cliente. Só assim terá direito a divulgar tudo o que foi abordado durante o atendimento.
Isso só poderá ser quebrado quando houver uma ordem judicial, que obrigue a divulgar informações. Casos assim ocorrem quando há suspeita de violência contra uma criança ou em casos de abuso, por exemplo.
Atenção à técnica
O hipnoterapeuta só poderá aplicar técnicas que não coloquem em risco o paciente. É preciso preservar a sua integridade física, emocional e mental.
Além disso, o profissional deve saber identificar até que ponto a sua técnica é suficiente para o caso. Muitas vezes, a hipnoterapia pode ser usada como auxiliar em um tratamento, mas não como a única forma de tratar.
Caso perceba que o cliente precisa de outros tratamentos, é da conduta ética encaminhá-lo à outras especialidades. Fisioterapeutas, psiquiatras, psicólogos, entre outros profissionais da saúde devem ser indicados, quando for o caso.
O mesmo vale para colegas que atuam com hipnoterapia. Caso note que o paciente precisa de um método que não é sua especialidade, cabe a ele encaminhá-lo a outro colega.
De acordo com o código de ética, o profissional deve se aperfeiçoar e atualizar sempre. Além disso, precisa estar pronto para cooperar com colegas e para respeitar tratamentos médicos. Em nenhuma hipótese, um hipnoterapeuta deve sugerir que o cliente abandone tratamentos de outras áreas de atuação.
Menores de idade
O atendimento a menores só deve ser feito com autorização do responsável legal. Para isso, é preciso ter uma permissão por escrito.
O mesmo vale para caso exija a necessidade de gravar sessões ou discutir casos. No caso de menores de idade, isso só poderá ser feito quando o responsável autorizar.
Outras regras éticas
De acordo com o código de ética, o profissional de hipnoterapia não deve:
- Explorar o cliente financeiramente, emocionalmente, sexualmente ou de qualquer outra forma;
- Tocar o cliente sem que ele tenha permitido;
- Expor o cliente em situações públicas vexatórias;
- Prometer um resultado, sendo que não sabe se terá como conquistá-lo;
- Discriminar a pessoa pela crença ou qualquer outro motivo.
Ética na hipnose de palco e de rua
É importante lembrar que a ética na hipnoterapia deve seguida na hipnose clínica e também na de palco ou de rua.
A hipnose de palco é aquela divulgada com frequência na TV. O hipnotizador chama alguns voluntários e promove algumas experiências com eles.
Já a hipnose de rua, que é muito semelhante à de palco, o hipnotizador pode encontrar mais dificuldade. Além do barulho das ruas, ele precisa convencer uma pessoa qualquer, que esteja passando, a aceitar ser hipnotizado.
Nos dois tipos de hipnose é preciso ter cuidado ao abordar as pessoas. O objetivo nesses casos é apenas diversão. Esteja no palco ou na rua, o hipnotizado não deve ser submetido a uma condição vexatória. Toques somente quando permitido e se for de extrema necessidade. Assim como na hipnose clínica, é preciso ter atenção e respeito com o hipnotizado. Nesses casos, prevalece a máxima do bom senso.
Há ainda algumas normas, que devem ser seguidas no Brasil. Conheça!