Por vezes, é possível ouvir relatos de pessoas sobre o despertar das sensações ruins na terapia. Embora, a um primeiro momento isso possa ser visto de maneira negativa por quem é leigo, visto que a técnica pode aflorar sentimentos aprisionados e dolorosos, o uso do disparo intencional do estado-problema é, muitas vezes, indicado e adequado.
É por meio da exposição das sensações ruins na terapia que é realizada a dessensibilização sistemática. Essa técnica é uma das muito usadas, por exemplo, para o tratamento de fobias.
Conheça mais sobre ela e sobre a importância de despertar as sensações ruins na terapia para o alcance de resultados.
O que é hipnose clínica?
A hipnose clínica é o uso de técnicas específicas para ajudar alguém a provocar mudanças. Essas alterações se referem às sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos.
Para isso, a hipnoterapia trabalha com a sugestão de relaxamento, de calma e de bem-estar. Isso é feito com a orientação do hipnoterapeuta, profissional que sugere que a pessoa mentalize algo bom. Pode ser, por exemplo, um passeio perto do mar ou uma brincadeira no parque com os filhos.
Nessa etapa do tratamento, o indivíduo atinge um estado de relaxamento e calma, ao ter a atenção concentrada. A hipnose clínica pode ser usada em diferentes casos como, por exemplo, no tratamento de fobias ou no desenvolvimento da autoestima.
O processo de luta e fuga
A fobia é um medo exagerado de um objeto ou situação. Quando uma pessoa é submetida à situação que causa fobia, ela tem o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) ativado. Assim como o nome sugere, o SNA não pode ser controlado.
É ele quem dá os comandos necessários para que o organismo se mantenha funcionando e para que o indivíduo sobreviva a situações adversas. É o caso, por exemplo, de quando algo vai cair na cabeça de uma pessoa. Nesses casos, ela não precisa pensar. Simplesmente corre para tentar se afastar. Quem faz com que ela corra sem pensar é o SNA.
Ele também controla a homeostase corporal. Nesse caso, há uma interação tanto com o Sistema Nervoso Central (SNC) quanto com os órgãos. Durante essa comunicação, que é feita com a ajuda dos neurônios, ele entrega e recebe estímulos. É graças a esses estímulos ou informações que é acionado o sistema de luta ou fuga, que envolve o Sistema Simpático (sistema de resposta de “luta ou fuga”) e Parassimpático (realiza as ações antagônicas).
O Sistema Simpático é o que manda o corpo realizar uma ação que ele entende como de sobrevivência. Vamos supor que a pessoa tenha fobia de cavalo. Nesse caso, o organismo dela compreende que o cavalo é uma coisa muito ruim e que ela deve manter distância. O Sistema Simpático recebe essa informação e ativa a reação de fuga ou as sensações ruins na terapia – ou seja, reações fisiológicas. Isso causa os sinais de fobia, envolvendo estresse, angústia e ansiedade.
Posteriormente, o Sistema Parassimpático restaura o estado de repouso. Toda a taquicardia provocada pelo medo, por exemplo, vai, aos poucos, sendo minimizada. Assim, ele é o responsável pelo descanso do corpo após um momento de intenso medo.
Como sensações ruins na terapia podem ser trabalhadas?
As sensações ruins na terapia são resultantes da ação do SNA. Elas são usadas no tratamento de fobias para promover a dessensibilização sistemática.
Essa é uma abordagem que deixa a pessoa relaxada e a expõe, aos poucos, ao que causa medo e ativa a fobia. Por isso, a dessensibilização sistemática é conhecida como terapia de exposição graduada. Em suma, ela consiste no disparo intencional do estado-problema e envolve o uso de técnicas de relaxamento.
Essa é uma das maneiras de tratar fobias com o uso de hipnoterapia. O resultado é promissor e muitas pessoas têm conseguido se libertar dos seus medos. Veja como funciona.