Como facilitar para que o cliente enfatize a sua própria vivência e encontre dentro de si a resposta que precisa? Foi com o objetivo de responder essa pergunta e encontrar esse resultado, que a Clean Language foi criada.
Em uma tradução literal, Clean Language quer dizer “linguagem simples”. Em síntese, o modelo de linguagem propõe o uso de perguntas básicas que façam com que o cliente entre em contato com a própria experiência subjetiva. Assim, ele consegue encontrar a resposta dentro de si mesmo e não com base na orientação do profissional.
Conheça melhor o método que é muito usado na psicoterapia e aconselhamento. Continue a leitura!
A origem do Clean Language
O psicoterapeuta neozelandês David Grove dedicou o seu trabalho para a busca de novos métodos. Ele queria ajudar a resolver os traumas dos seus clientes. Dentre eles, casos de estupro e estresse pós traumático.
Para isso, buscava novas formas de se comunicar com os clientes e atingir resultados mais eficazes. Durante o seu trabalho, realizado na década de 80, notou que as pessoas usavam metáforas para descrever o que sentiam.
Isso era algo natural dos clientes e David percebeu que, ao abordar as pessoas da forma certa, conquistava bons resultados. Usar palavras específicas fazia com que o cliente passasse a enxergar o trauma de outra maneira. Com isso, ele conseguia com que o problema fosse resolvido naturalmente.
Com base na experiência, o psicoterapeuta notou que a linguagem limpa era o melhor caminho e criou o Clean Language.
Clean Language e a promoção de mudanças positivas
Na década de 1980, David percebeu que era comum, dentre os terapeutas, a interpretação das palavras dos clientes. Funcionava assim: o paciente falava e o terapeuta levava a própria experiência para a conversa em forma de conselho. Dessa forma, o cliente deixava a sua vivência de lado para dar atenção ao conselho do terapeuta. Isso fazia com que o paciente não focasse na própria experiência.
Para evitar que a história de vida do terapeuta interferisse no atendimento, David Grove elaborou algumas perguntas simples. O objetivo era facilitar que o cliente explorasse as suas próprias experiências e padrões, sem interferência. Assim, o cliente teria a certeza de que estaria na direção das suas necessidades internas genuínas.
Assim, a abordagem não sofre influência de informações externas do terapeuta. Logo, o cliente consegue encontrar as respostas que precisa dentro de si mesmo e não através dos conselhos do terapeuta. Dessa maneira, o profissional passa a ser um facilitador e não mais aquele que sugere uma solução.
A partir do momento em que as mudanças necessárias acabam vindo do próprio paciente, elas são conquistadas mais naturalmente.
O método Clean Language é tão eficaz que hoje é usado em diversos setores, como:
- Educação;
- Medicina;
- Coaching;
- Hipnose e terapias;
- Vendas;
- Gerenciamento de equipes nas empresas, entre outros.
Perguntas para aplicar a linguagem limpa
David Grove elaborou 12 perguntas claras e diretas. A ideia é que os questionamentos possam ser feitos sem a interferência do terapeuta. Logo, apenas a história do cliente importa e é dentro dela que ele consegue encontrar a mudança.
Para o desenvolvimento, as questões usadas são:
- (e) que tipo de X (é esse X)?
- (e) há alguma coisa a mais sobre X?
- (e) onde é X? ou (e) onde exatamente é X?
- (e) há algum relacionamento entre X e Y?
- (e) quando X, o que acontece com Y?
- (e) esse X é como o quê?
Para encontrar a origem e da sequência, os questionamentos são:
- (e) então, o que acontece? ou – (e) o que acontece em seguida?
- (e) o que acontece logo antes de X?
- (e) de onde X poderia ter vindo?
Por fim, as perguntas de intenção são:
- (e) o que X gostaria que acontecesse?
- (e) o que necessita acontecer para X?
- (e) pode (acontecer) X?
Dessa maneira, as perguntas direcionam a atenção do paciente para pontos da experiência. Assim, eles conseguem encontrar os próprios caminhos.
Criação da modelagem simbólica
Com base no método de Clean Language, Penny Tompkins e James Lawley criaram a modelagem simbólica. Trata-se de uma ferramenta, que pode ser usada durante a terapia.
Dessa forma, o profissional usa a Clean Language para modelar uma experiência vivida pelo cliente. Além disso, faz uso da metáfora criada pela pessoa, para expressar seus padrões de funcionamento e criar um modelo evolutivo.
Com o uso da Clean Language e de um modelo evolutivo baseado nas declarações do cliente, fica mais simples facilitar o seu processo de autodescoberta. Dessa maneira, as mudanças acontecem com mais facilidade e de forma mais profunda.
Assim como a Clean Language, outras técnicas foram criadas para tentar um resultado mais eficaz. Uma delas é conhecida como Hipnoterapia Ericksoniana. Conheça!
Este artigo é baseado em uma aula ministrada ao vivo pelo psicoterapeuta Welber Silva do Instituto Clean Language Brasil para os alunos dos cursos online do professor Alberto Dell’isola.