Neurociência cognitiva: como ela ajuda a entender as capacidades mentais

A conquista de um conhecimento envolve uma série de eventos mentais como memórias, raciocínios e inteligências. Além disso, quando todos esses processos ocorrem, há uma série de mecanismos fisiológicos envolvendo as funções cerebrais, que são ativadas. Mas como essa relação entre fisiologia, anatomia e aquisição de conhecimento funciona? É isso que a neurociência cognitiva tenta compreender. 

Os pesquisadores dessa área buscam encontrar a correlação neurobiológica do comportamento humano. Para isso, combinam estratégias experimentais da psicologia e estudos das funções cerebrais

Conheça esse ramo da neurociência e como ela funciona neste artigo. Continue a leitura para descobrir! 

O que é neurociência cognitiva?

A palavra “cognição” está relacionada a como a inteligência atua quando uma pessoa busca a aquisição de conhecimento. Esse processo envolve:

  • a percepção;
  • a memória;
  • o raciocínio;
  • o juízo;
  • a imaginação;
  • o pensamento;
  • a linguagem. 

Assim, é possível concluir que o processo cognitivo é formado desde a infância quando, mesmo que de forma inconsciente, a criança começa a realizar as primeiras assimilações. As emoções vividas, o ambiente e as experiências sensoriais influenciam diretamente nessa aquisição de pensamentos e recordações.

Tudo isso ajuda a criança a determinar os seus valores e percepções de mundo que afetarão as suas capacidades mentais e percepções individuais. Os estudos da neurociência cognitiva visam entender como todas essas experiências sensoriais interferem na aquisição de conhecimento.

Dessa forma, ela quer descobrir como o cérebro humano age e decide se vai aprender algo toda vez que é submetido a uma experiência sensorial como, por exemplo:

  • uma música;
  • um aroma;
  • o gosto de um alimento;
  • uma imagem;
  • uma sensação corporal, entre outras.

Assim, tenta entender como as ações, percepções, linguagens, memórias e pensamentos, que são originados na mente humana, influenciam diretamente na aquisição de conhecimento e nas funções fisiológicas cerebrais.

5 temas da neurociência cognitiva

Como vimos acima, a neurociência cognitiva tenta descobrir como o cérebro processa as informações que recebe e as transforma em aprendizado. Quando isso é conhecido, é possível, por exemplo, encontrar estratégias assertivas de ensino em escolas ou dos treinamentos de colaboradores de uma empresa

Conheça alguns pontos que influenciam essa aquisição de conhecimento e, por isso, são focos de estudo da neurociência cognitiva.

Atenção

Para absorver uma informação, a pessoa precisa estar atenta a ela. É por isso que a atenção é um dos pontos de estudo da neurociência cognitiva. Se for possível compreender o que leva uma pessoa a ter atenção a uma exposição ou momento, por exemplo, fica mais fácil encontrar formas de estimulá-la a adquirir conhecimento.

Por exemplo, em uma sala de aula, sempre há alunos que têm mais facilidade em compreender determinado conteúdo do que os outros. De alguma forma, aquele tema da aula está chamando a atenção desse aluno e isso pode acontecer por diversos motivos. 

Pode, por exemplo, ser uma área na qual a pessoa recebeu estímulos positivos desde a infância e, por ela, é atraída. Também pode ser a maneira como o docente abordou o tema ou até a ligação do conteúdo proposto a algo que afete o indivíduo em seu dia a dia.

Quando se torna possível entender o que faz as pessoas terem atenção a determinado conteúdo, é possível moldar a maneira de transmiti-lo, de forma que ele seja mais atrativo. Consequentemente, o indivíduo terá mais facilidade em absorvê-lo como aprendizado.

Motivação

Sem a atenção não há aprendizado, e a motivação é o que estimula a pessoa ter atenção. Dessa forma, quando o indivíduo recebe uma interferência positiva, ele naturalmente mobiliza a sua atenção e consequentemente a aprendizagem.

Por outro lado, se a pessoa encontra um desafio que não consegue vencer, mesmo depois de várias tentativas, ela se frustra. Isso acaba desmotivando e interferindo na aprendizagem. 

Por isso, para aprender, é preciso estar em contato com diversos tipos de conteúdo e também buscar por atividades que despertem a curiosidade. Isso poderá levar o indivíduo a desafios e uma consequente motivação. 

Memória

Para gravar uma informação, o indivíduo pode realizar repetições e decorá-la. Contudo, é apenas quando o conteúdo aprendido tem alguma relevância para a pessoa que ele se transforma em aprendizado. 

Dessa forma, podemos dizer que aprender vai além de decorar. É preciso realizar associações que criem vínculo com o conteúdo, de forma que ele afete o indivíduo. Assim, ele passa a ter um sentido e, consequentemente, é arquivado na memória.

Socialização

O cérebro é modificado ao longo da vida, pelas experiências sociais que o indivíduo tem. Dessa forma, por meio da socialização, é possível que o indivíduo consiga mudar a maneira de aprender e gravar conteúdos e vivências em sua mente

Resumidamente, o meio afeta o processo de aprendizagem, tanto de forma positiva, quanto negativa. 

Emoção

Quanto mais um conteúdo ativa as emoções, mais ele tende a ser gravado na mente. Por isso, é possível concluir que a inteligência humana está diretamente ligada à emoção. Assim, se os aspectos emocionais forem positivamente instigados, o desenvolvimento intelectual é fortificado.

Todos esses pontos são usados para identificar formas mais positivas de transmitir o conhecimento, visando atingir pontos específicos que ajudem o aluno a aprender. Além disso, estudos sobre a emoção também são relevantes para a tomada de decisão na hora de comprar um produto.

Por isso, ela também é levada em conta no ramo da neurociência chamado de neuromarketing. Conheça mais sobre ele. Até o próximo artigo!